“Bullying é um estopim para atentados e suicídios”, diz especialista
Professora Coroline Fernandes ensina que vítima de molestação, quando não reage na sociedade, reage consigo mesmo

Douglas Lima
Editor
Pedagoga com especialização em neuropsicopedagogia, professora Caroline Fernandes observou no fim da tarde desta quinta-feira, 20, no programa ‘Ponto de Encontro’ (Diário 90,9), que apesar da onda de violência de que educandários vêm sendo vítimas, a sociedade brasileira pouco tem se importado com o bullying, que para ela é um dos potenciais motivos do problema ora enfrentado.
A professora Caroline, pertencente à Universidade Estácio, do Rio de Janeiro, deu entrevista no rádio, pelo telefone, diretamente de Resende, município daquele estado. Ela contou que ultimamente a sua principal labuta é dar palestras, chamada por diretores, professores, pais e até alunos preocupados com a violência escolar.
Caroline Fernandes registrou que abril é o Mês Nacional de Combate ao Bullying, mas que não vê a sociedade fortemente engajada contra esse mal. Lembrou que o Dia Nacional de Combate ao Bullying é 7 de abril, estabelecido no ano de 2016 pela Lei 13.277.
A professora não citou, mas o editor registra que o Dia Nacional de Combate ao Bullying, 7 de abril, traz à memória um dia trágico ocorrido em uma escola de Realengo (RJ), em 2011.
Os mortos pelo rapaz foram dez meninas e dois meninos. Depois que ele foi atingido por um vigilante, cometeu suicídio. No Ponto de Encontro, a entrevistada apontou que o bullying é um estopim para atentados e suicídios. “A vítima, quando não reage na sociedade, reage consigo mesmo”, ensinou.
A especialista observa que muita gente acha desnecessário tratar de bullying, mas que, pelo contrário, é necessário cuidar do assunto. Caroline Fernandes revelou que mais de 40% dos adolescentes brasileiros admitem ter sofrido bullying, segundo pesquisa. “Isso é preocupante”, alertou.
A professora mostrou também que de zero a seis anos de idade a pessoa está em processo de formação, moldando o seu caráter. Então esse é o período em que nela devem ser injetados valores morais e orientações sobre autoestima, mostrando que não se deve provocar nem sofrer bullying.
“Quando a gente não consegue falar diretamente do assunto, podemos tratar do bullying, de forma lúdica, e um instrumento muito bom é a literatura. Há vários títulos apropriados ao assunto, como ‘Monstro Rosa’ e ‘A Terra dos Meninos Pelados’”, apresentou.
Caroline Fernandes também é pedagoga, escritora e especialista em bullying em ambiente escolar.
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