Campanha Coração Azul visa conscientizar população sobre o tráfico de pessoas
No dia 30 de julho, através do Núcleo de Enfretamento ao Tráfico de Pessoas (NETP), haverá a intensificação de ações para prevenir essa prática.

Lana Caroline
Da Redação
Durante toda esta semana, acontece a ‘Campanha Coração Azul’ que tem objetivo de informar a população sobre o Tráfico de Pessoas através, principalmente, da mídia e de intervenções preventivas. Neste dia 30 de julho, através do Núcleo de Enfretamento ao Tráfico de Pessoas (NETP), haverá a intensificação de ações para prevenir essa prática.
Segundo a psicóloga da Secretaria de Estado de Segurança e Justiça, do NETP, Cristiane Teixeira o Amapá pode ser um estado que traz muitos riscos por conta de rotas fluviais que facilitam o tráfico de pessoas. “Costumo dizer que temos mais visibilidade por conta de rotas clandestinas que são traçadas por meio fluvial. Outra coisa que não podemos esquecer é que temos a Ponte Binacional, o que traz bastante visibilidade para o estado por ser uma alternativa a ocorrência desse crime.”
O lançamento da campanha Coração Azul no Brasil aconteceu em maio de 2013 e contou com a participação do Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) Yury Fedotov. Com o lançamento da campanha, o país se inseriu na mobilização internacional contra esse crime. A psicóloga explica que muitos casos acabam sendo subnotificados pelo fato de a vítima não saber que está sendo traficada.
“A novela da Globo, Salve Jorge, mostrou muito bem como é o tráfico de pessoas para fins de exploração sexual. Esse crime é contra a dignidade humana, porque todos os diretos humanos das pessoas são tirados para que sejam submetidas a situações análogas de escravidão. Crianças, por exemplo, são traficadas para adoção ilegal, retirada de órgãos, serem exploradas sexualmente, e esses crimes são muito subnotificados porque as pessoas não têm noção que estão sendo vítimas”, afirmou Cristiane.
O Tráfico de Pessoas é um crime organizado que vai do aliciador até o acolhedor da vítima no local para qual foi traficada. Esse crime não está ligado somente a pessoas que estão em vulnerabilidade social, mas em diversas situações.
“Quando falamos em tráfico de pessoas, pensamos logo em vulnerabilidade social, mas é errado dizer que as pessoas traficadas foram as que estão em pobreza extrema. Existe muitas situações que leva a pessoa a ser traficada. Os aliciadores utilizam as redes sociais para fazer propostas muito lucrativas para as vítimas, como por exemplo as meninas que querem ser modelos, os meninos que querem ser jogadores de futebol”, informou a psicóloga.
Sempre que a vítima receber uma proposta lucrativa para o trabalho, deve-se procurar saber quem é o contratante; quantas pessoas já foram contratadas pela empresa; se é para fora do país; qual é o endereço do local de trabalho. Para realizar denúncias, o governo disponibiliza a rede de núcleos e postos estaduais e municipais de enfrentamento ao tráfico de pessoas, a rede consular para apoio no exterior, o Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos, o Ligue 180 da Secretaria de Políticas para as Mulheres.
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