Capacitação de moradores do entorno do Tumucumaque pode aumentar fluxo turístico, dizem especialistas
Sendo o maior parque nacional do mundo, espaço de preservação também pode ser utilizado para ecoturismo e turismo científico; oficinas podem fomentar economia amapaense
Douglas Lima
Editor
O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque é uma Unidade de Conservação brasileira de proteção integral da natureza localizada nos estados do Amapá e do Pará, com território distribuído por sete municípios. Sua área é de 38 464 km² e é o maior parque nacional do Brasil e o maior em florestas tropicais do mundo. Sua administração cabe atualmente ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Sobre o uso e importância do espaço, o técnico ambiental, montanhista, atuante no setor de turismo de aventura e turismo de base comunitária da Equipe do Tumucumaque, e servidor do ICMBio, Claudomiro Cavalcante, e a bióloga Fernanda Colares, chefe substituta do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e analista ambiental do ICMBIo, falaram em entrevista ao programa ‘Ponto de Encontro’ (Diário FM 90,9) desta quarta-feira, 27.
Sobre as atividades econômicas exercidas no espaço de Tumucumaque, Claudomiro Cavalcante informou que o turismo na região é de grande relevância, uma vez que, em média, para cada turista que visita a região, são empregados diretamente pelo menos três moradores das comunidades do entorno, que comumente desempenham a função de barqueiro, cozinheiro e guia de turismo.
Além dessas funções, o fluxo econômico também se dá através de forma indireta, seja quando os turistas se hospedam em hotéis e pousadas da região ou quando são comercializados trabalhos artesanais produzidos nos arredores do Parque de Montanhas, como pulseiras e colares, entre outros. Claudorimo também destacou que o território do Tumucumaque pode receber o turismo científico, que além de pontuar como fonte de informação para estudos, também fortalece o saber dos que acompanham os cientistas.
Como proposta de fortalecimento das atividades turísticas da região do Parque, Claudomiro sugeriu a capacitação dos moradores das comunidades do entorno, pois para ele, com o maior conhecimento da fauna e flora local, além de expertise em atividades como primeiros socorros, o número de turistas interessados em visitar a região aumenta.
Apresentando mais dados da região, Fernanda informou durante sua fala que o Parque Montanhas do Tumucumaque é uma área pouco habitada, íntegra, de floresta densa e que seu uso para atividades econômicas é feito de forma sustentável. O ecoturismo, uso público para visitação, também se dá por lá, assim como em outros parques nacionais, informou Fernanda.
Sobre a questão conservação, que por muitas vezes é criticada por quem não tem o devido conhecimento, achando que não gera riquezas ao estado do Amapá, Fernanda esclareceu que o parque nacional tem objetivos e regras de uso específicos, concessão florestal e atividade de exploração legalizada.
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