Cirurgião neurológico tira dúvidas sobre traumas e de quando buscar ajuda
Paulo André Aragão fala da profissão e de exames indicados para cada situação, entre outros pontos

Douglas Lima
Editor
O programa ‘Ponto de Encontro’ (Diário FM 90,9) desta segunda-feira, 25, recebeu o cirurgião neurológico Paulo André Aragão, que entre outras coisas esclareceu dúvidas acerca das atribuições de sua área e da atuação dos neurologistas, além de falar de quando vítimas de traumas físicos devem buscar ajuda e qual exame realizar.
“O neurologista é um médico clínico, ambulatorial e hospitalar. Ele faz consultas, exames e tratamentos utilizando remédios e não realizar cirurgias. O neurocirurgião tem a formação cirúrgica, a formação também é mais longa, cinco anos. As duas profissões se complementam”, explicou Paulo.
O médico relatou que em épocas festivas ou de feriados prolongados é comum a demanda por atendimento aumentar, sobretudo ligado a acidentes de trânsito envolvendo condutores embriagados. “A questão do trânsito preocupa e demanda cirurgias”, lamentou. Ele também relata que os traumas mais comuns são: traumatismo craniano, trauma raquimedular e o plexo braquial.
O cirurgião pontuou, no entanto, que nem todo traumatismo craniano é grave: “Seria qualquer trauma no crânio, um golpe na cabeça, qualquer que seja, leve, moderado ou grave. Por exemplo, uma criança que está aprendendo a andar cai com frequência e bate a cabeça”, explicou Paulo.
Acerca dos traumas de crânio, falou que são seguidas as diretrizes da Sociedade Brasileira de Neurologia, que é a terceira maior do mundo. “Ela preconiza o seguinte: bateu a cabeça e não apresenta nenhum sintoma, não precisa realizar exames. Se houver sintomas deve ser realizada a tomografia, que é o exame mais indicado”, salientou o cirurgião.
Idosos
Paulo concluiu sua fala no programa de rádio salientando que os idosos devem receber atenção diferenciada dos jovens adultos, pois na terceira idade os sintomas tardam a aparecer após um trauma, podendo surgir somente três semanas após um incidente.
“O trauma do adulto jovem é diferente do idoso, com o tempo o ser humano sofre a atrofia cerebral. Com a idade nosso corpo vai degenerando, abre um espaço entre o cérebro e a caixa craniana, o espaço pode ser ocupado por sangue, bateu a cabeça e passa três semanas sem queixas, daí começam os sintomas, como dores de cabeça; a tomografia mostra o sangue neste espaço”, informou Paulo.
Concluindo, o especialista disse que disse que fraqueza nas pernas e confusão mental também são sintomas, “parece com alzheimer”. O idoso fica lento, confuso, sonolento e apático. “Tem que se atentar, se tem história de queda, dá para tratar, deve-se procurar o médico. A ressonância já mostra bem nos casos agudos; se acabou de acontecer faça a tomografia ou exames de imagem; cirurgia curativa não tem sequela nenhuma”.
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