Com apoio da Petrobras, pesquisa mapeia hábitos do caranguejo e pode mudar defeso
Pesquisador explica descoberta inédita pode levar à revisão do período que a lei protege a reprodução da espécie e levar a um tamanho mais adequado do caranguejo-uçá

Cleber Barbosa
Da Redação
Pesquisadores do Projeto Costamar registraram, pela primeira vez, um evento reprodutivo do caranguejo-uçá fora do período oficial de defeso na Estação Ecológica de Maracá-Jipioca (ESEC), no litoral do Amapá. O fato levanta a possibilidade de que o atual calendário de proteção da espécie esteja defasado em relação ao ciclo biológico do crustáceo na região.
Em entrevista à rádio Diário FM (90.9) o biólogo marinho Thiago Couto, que é coordenador técnico-científico do Projeto Costamar), explicou que além de garantir o período de reprodução da espécie – o chamado defeso – o mapeamento poderá resultar em ganhos econômicos inclusive para o mercado da gastronomia, que também tem no caranguejo uma grande iguaria regional.
A andada fora de época foi documentada no dia 28 de junho e pode representar um marco para a conservação da espécie e para a pesca artesanal, fundamental para a subsistência de comunidades tradicionais. Caso novos registros confirmem o padrão, a pesquisa poderá subsidiar a revisão da legislação vigente.
O monitoramento é conduzido pelo Instituto Redemar Brasil, em parceria com a Petrobras, ICMBio, UFSB e Edinburgh Napier University. O estudo continua nos próximos três anos.
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