Cidades

Com novo comando no Amapá, Funasa promete revolucionar saneamento no estado

Girlene Picanço Chucre diz que há muito dinheiro e tecnologias disponível, mas execução dos serviços depende de parceria por falta de técnicos especializados nas prefeituras e do déficit de servidores na Fundação.


Servidores do quadro público federal há 30 anos, os últimos 10 dedicados à Fundação Nacional da Saúde (Funasa), a professora, teóloga e especialista em educação ambiental e sustentabilidade Girlene Picanço Chuvre tomou posse em Brasília e assume na quarta-feira (28) o comando do órgão no Amapá.

 

Conhecedora da realidade do estado, Girlene afirmou na manhã desta segunda-feira (28) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) que a Fundação tem muito dinheiro disponível, mas não dispõe de corpo técnico disponível, como também as prefeituras se ressentem da falta de pessoal especializado para elaborar projetos e acessar os recursos.

 

Para superar esses obstáculos, a nova superintendente disse que está buscando parcerias com vários órgãos e prometeu revolucionar a promoção da saúde e o setor de saneamento nos 16 municípios amapaenses através da utilização de novas tecnologias. “Temos uma missão árdua, porque a Funasa tem como missão promover a saúde e a inclusão social através de ações de sanemento e saúde ambiental; admito que tivemos situações delicadas no passado, porém chegou o momento de soerguer a Funasa e nós, servidores da casa, estamos comprometidos com essa missão”, pontuou.

 

Perguntada se a Fundação possui corpo técnico suficiente para o desenvolvimento dos trabalhos, ela respondeu negativamente, mas revelou que está buscando parcerias para superar esse problema: “Com essa nova atuação da Funasa, que antes atendia a endemias, temos também como responsabilidade a saúde indígena; o quadro ainda não está para trabalhar essa nova atribuição, que é o saneamento. Os nossos servidores estão se aposentando, ano que vem mais 10 vão se aposentar, fora as aposentadorias previstas para este ano. Por conta disse nós estamos providenciando parcerias com o Pescap, Sebrae, Caesa, Vigilância Sanitário e governo do estado, porque não tem como a Funasa trabalhar sozinha, considerando que não atendemos Macapá e Santana, mas nós atendemos todas as comunidades rurais desses e a totalidade dos demais 14 municípios”.

 

Girlene falou sobre uma nova tecnologia que está sendo usada pela Funasa para tratamento de água: “Estamos trabalhando uma tecnologia social, a Salta-Z (detalhes abaixo), que é uma solução alternativa coletiva simplificada para tratamento de água para consumo humano; temos dois mananciais, os rios e os poços amazônicos; a gente retira água do rio, que passa por um processo bem simples e a gente entrega água potável às comunidades; inclusive esse sistema já funcionando, fizemos a implantação de um projeto piloto no município de Tartarugalzinho e outras comunidades já estão recebendo, como o Apurema e Laranjal do Jarí, que sofre as conseqüências das enchentes”.

 


Questionada sobre o que é necessário ser feito para que o Amapá amplie o sistema de saneamento básico, que atinge apenas 3% de todo o estado, Girlene não hesitou: “Muito trabalho e principalmente co-responsabilidade, porque o controle social é muito importante para que as políticas sociais avancem; na lei do saneamento básico tem um decreto de 2010, que prevê que todas as prefeituras são responsáveis pela universalidade do saneamento básico e do controle social, mas infelizmente ainda não avançamos. Mas estamos trabalhando para superar os obstáculos; já tivemos reuniões recente com três prefeitos para discutir essa questão. É preciso se convencer de que se trata de uma ação continuada que não pode ser interrompida toda vez que muda de gestão no município. O importante é que há prefeitos comprometidos e estão dentro da Funasa com a gente”.

 

Salta-Z
A Funasa no Amapá recebeu no dia 8 de fevereiro deste ano 82 unidades da Solução Alternativa, Coletiva, Simplificada de Tratamento de Água para Consumo Humano (Salta-Z), destinado a fornecer água tratada para as comunidades ribeirinhas, como forma de reduzir os problemas de saúde nas localidades.

 

Todos os 16 municípios serão contemplados com a Salta-Z, sendo mais de 82 localidades beneficiadas pela tecnologia implantada. Com a implantação da Salta-Z o Amapá segue os passos para a universalização do saneamento básico, através da participação efetiva das prefeituras nas ações voltadas para o setor.


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