Cidades

Como o calor, microplásticos e ultraprocessados afetam a saúde e impactam o setor de seguros

Relatório da plataforma Sonar acaba de ser divulgado para o Amapá e entre os destaques do relatório 2025, do Swiss Re Institute, destaca os principais riscos que devem impactar o setor de saúde


 

Cleber Barbosa
Da Redação

 

Relatório divulgado pela plataforma Swiss Re Institute discorre sobre os riscos emergentes que devem impactar o setor de saúde e os mercados de seguros e resseguros nos próximos anos. O SONAR 2025: New Emerging Risk Insights, publicação anual lançada em junho, aponta que fatores como ondas de calor extremo, microplásticos e alimentos ultraprocessados deve afetar com intensidade crescente os setores de saúde, seguros e resseguros nos próximos anos.

 

A publicação, que antecipa tendências com base em dados científicos e sinais precoces, destaca riscos que já impactam a saúde da população e outros com potencial de se manifestar no curto e médio prazo. O objetivo é apoiar líderes empresariais, formuladores de políticas públicas e profissionais do setor na tomada de decisões estratégicas e no redesenho de modelos de negócio.

 

Pressões atuais

O envelhecimento populacional é uma das transformações mais relevantes. Segundo a ONU, até 2050, pessoas com 65 anos viverão em média 20 anos adicionais – um salto frente aos 16,8 anos em 2020. Paralelamente, a força de trabalho entre 25 e 49 anos deve encolher 5%. Essa mudança demográfica impõe novos desafios ao setor de saúde e à sustentabilidade de sistemas de previdência e seguros.

 

 

O relatório também aponta para o aumento das doenças crônicas e da mortalidade por causas evitáveis, impulsionado por fatores como obesidade e estilo de vida sedentário. Isso demanda novos produtos de seguro, maior foco em prevenção e integração entre saúde pública e privada.

 

Riscos de curto prazo

O calor extremo, classificado como risco de alto impacto, é hoje o fenômeno natural mais letal no planeta. Estima-se que 489 mil pessoas morram por ano devido a eventos extremos de temperatura, superando enchentes e furacões. Para empresas, operadoras de saúde e seguradoras, isso representa maior pressão sobre a infraestrutura médica, acionamento de coberturas e necessidade de inovação nos serviços.

 

 

Outros pontos de atenção no curto prazo são os fungos adaptáveis ao calor: aumentam o risco de infecções fúngicas multirresistentes, com impacto direto sobre a morbimortalidade e os custos de tratamento. Também é citado o avanço das tecnologias digitais: novas ferramentas de monitoramento e atendimento remoto transformam a gestão da saúde, exigindo adaptação de seguradoras, operadoras e hospitais.

 

Riscos de médio prazo

No horizonte de médio prazo, dois fatores preocupam são os microplásticos: já presentes em alimentos, água e até na corrente sanguínea, estão associados a efeitos cardiovasculares, endócrinos e neurotóxicos. Também podem gerar litígios e novos passivos para empresas e governos. Destaque também para alimentos ultraprocessados: sua alta ingestão está diretamente ligada a doenças crônicas como diabetes e hipertensão, pressionando o sistema de saúde e as carteiras de seguro-saúde.

 


Deixe seu comentário


Publicidade