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Conheça os sinais e saiba o que fazer quando o autismo é diagnosticado

Diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são essenciais para melhorar a qualidade de vida da criança com Transtorno de Espectro do Autismo (TEA).


Neuropediatra Fernanda Alcolumbre
Os sintomas do Transtorno de Espectro do Autismo (TEA) variam de criança para criança. Os sinais mais clássicos são atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e na fala, fuga do contato visual, relutância em atender comandos e responder a chamados.

De acordo com a neuropediatra Fernanda Alcolumbre, existem outros sintomas que incluem dificuldades de interação, intolerância a barulhos e estresse ou irritação quando há alterações na rotina. O diagnóstico do TEA é feito de forma clínica, ou seja, através da análise comportamental da criança feita por um neuropediatra. O uso de exames laboratoriais ou de imagens só são necessários quando outras possibilidades são descartadas.

A especialista ressalta que existem três tipos de autismo: leve, moderado ou grave. Em todos os casos existe a necessidade de acompanhamento médico. Além disso, o diagnóstico precoce é essencial para garantir a qualidade de vida da criança.

“O acompanhamento é individualizado e depende da necessidade de cada criança. Alguns têm problema maior na fala. Em outros o comportamento neurosensorial é mais comprometido. Então, varia de criança para criança, mas o essencial é o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar composta por fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, neuropediatra. Uma rede de apoio para que essa criança faça terapia de acordo com a sua manifestação clínica”, completou a médica.

Para a professora Flávia Gemaque, os primeiros sinais de que o filho Heitor, hoje com 4 anos, era diferente, vieram quando ele ainda era um bebê. “Quando o Heitor era bebê chorava muito, quase que o tempo todo. Quando ele completou um ano de vida, a irritabilidade dele piorou muito e tinha uma fixação persistente por movimentos. Além disso, eu percebi que quando ele ouvia uma palavra ou frase, passava o dia todo repetindo”, explicou.

Outro sinal de alerta foi a completa falta de interesse do Heitor em interagir com crianças da mesma faixa etária. A partir de então ele foi avaliado por vários especialistas até que veio o diagnóstico: autismo.

Para Heitor, o diagnóstico e o acompanhamento trouxeram grandes avanços. Ele passou a ter mais interesse por letras e números, a interação social do menino melhorou consideravelmente e a ecolalia, como é chamado o hábito de repetir palavras de forma persistente, diminuiu.

Flávia Gemaque aconselha os pais que convivem com o autismo que ignorem o preconceito, e que o foco sempre tem que ser o bem-estar da criança. “Eu sentia o julgamento das pessoas que olhavam como se ele fosse uma criança mimada, como se nós não tivéssemos pulso para educá-lo por causa da irritabilidade que ele apresentava em algumas situações. Sigam o conselho dos profissionais que acompanham, mas também observem o comportamento do seu filho para que em conjunto descubram no que ele pode avançar”, enfatizou.

O autismo ou o Transtorno de Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio de desenvolvimento que afeta um a cada 160 nascidos no mundo, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No Amapá 28 mil crianças e adultos possuem autismo.


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