“Conseguimos retardar até 90% das sequelas pós-AVC”, diz fisioterapeuta
Especialista Bárbara Dias informa da eficácia do tratamento precoce do acidente vascular cerebral com as novas técnicas de tratamento

Douglas Lima
Editor
O acidente vascular cerebral, AVC, ocorre quando os vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, o que provoca a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. Sobre o assunto, a fisioterapeuta Bárbara Dias, em entrevista exclusiva ao programa Ponto de Encontro (Diário FM 90,9), falou, nesta segunda-feira, entre outras coisas, da importância do tratamento precoce e da possibilidade de retorno à rotina do paciente.
“A fisioterapia no paciente pós-AVC hoje tem uma grande evolução nas técnicas; temos a TDCS, a estimulação transcraniana, onde fazemos um estímulo cerebral através de eletrodos e estes estímulos vão justamente nas áreas próximas às áreas afetadas da isquemia, fazendo com que o paciente tenha o mínimo de sequelas motoras e também para devolver mais rápido os movimentos motores perdidos”, informou Bárbara.
A fisioterapeuta também informou da importância da fase da neuroplasticidade cerebral, que é a capacidade de adaptação do sistema nervoso central de modificar propriedades fisiológicas em resposta às alterações do ambiente, que significa, em resumo, recuperar as áreas cerebrais lesionadas. Nos momentos iniciais do pós-AVC o tratamento se mostra essencial, pois é quando a capacidade de recuperação é alta.
“O quanto antes pudermos entrar nessa TDCS e com fisioterapia motora e a estimulação, mais rápido o paciente vai recuperar os movimentos e terá menos sequelas, pois não podemos sarar o neurônio danificado, mas conseguimos retardar até 90% das sequelas do pós-AVC, que é a parte principal da terapia funcional”, disse Bárbara.
Sobre o desempenho de atividades físicas aos acometidos por AVC, Bárbara declarou: “Vai depender muito da extensão da lesão; quando as lesões são mais leves, as probabilidades de se voltar às atividades é bem maior do que de um paciente que teve uma lesão mais extensa e que demorou para receber assistência e reabilitação. Esse vai ter mais sequelas que dificultaram o retorno de suas plenas atividades físicas”.
“Vítimas de AVC não são totalmente impedidas de ter uma rotina de exercícios, elas só devem mudar o foco. Quando se tem um ataque isquêmico transitório em que as sequelas são menores, a chance de se retornar às atividades físicas é de 90%. Às vezes é uma paralisia facial, ou uma diminuição dos movimentos dos braços e das pernas, depende da extensão da lesão”, concluiu Bárbara.
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