Coren/AP contesta ação de enfermeiros no Programa Mais Proteção
Programa é executado pela Prefeitura de Macapá e visa doar kits de medicamentos como forma de prevenção à Covid-19.

Railana Pantoja
Da Redação
O Conselho Regional de Enfermagem do Amapá (Coren/AP) soltou uma nota de manifestação nesta quinta-feira (4) contestando a ação dos enfermeiros no programa ‘Mais Proteção’, executado pela Prefeitura de Macapá e que visa doar kits de medicamentos como forma de prevenção à Covid-19.
“O Conselho Regional orienta os profissionais de enfermagem que eventualmente forem selecionados para participarem da entrega dos kits à população, sem o acompanhamento de avaliação e prescrição médica, que não é atribuição da enfermagem entrega de medicamentos sem prescrição, tal como preceitua o art 22 do Código de Ética da Enfermagem”, diz trecho da nota.
Segundo o documento normativo, é assegurado ao profissional de enfermagem “Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à família e à coletividade”.
A presidente do Coren/AP, Emília Pimentel, ressalta que o Conselho não se opõe ao programa, mas sim à forma como está sendo conduzido.
“Nossas bases normativas do Código de Ética não permitem ao profissional fazer a distribuição de medicamentos sem qualquer ato de prescrição e avaliação de pacientes. Nossa nota é nesse sentido, de alertar a gestão e os enfermeiros”, justificou Emília Pimentel.
Segundo a presidente, os kits são distribuídos em uma sacola e não existe prescrição individualizada por profissional médico.
“Existe apenas um papel com orientação de como tomar a medicação. Acionamos o Conselho Regional de Medicina e estamos aguardando um posicionamento em relação a isso, também acionamos o Conselho Regional de Farmácia, pois os blisters [embalagem do remédio] que estão nesses saquinhos são cortados em dosagens menores, deixando muitos sem a identificação e validade da medicação”, finalizou Emília.
A assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde de Macapá (SEMSA) foi procurada para ter o direito de resposta garantido, mas não retornou até o fechamento desta reportagem.
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