Custo para concluir asfaltamento da BR-156 pode chegar a R$ 1 bilhão, diz engenheiro
Dirigente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Amapá, Glauco Cei diz que só com muita força política o estado pode garantir aporte de recursos para a obra

Cleber Barbosa
Da Redação
O Amapá detém o título de abrigar a mais antiga rodovia federal e construção no país – a BR 156 – considerada a “vovó das estradas”. Um levantamento do Diário do Amapá aponta que para sua conclusão, serão necessários ainda pelo menos R$ 1 bilhão. A informação é do engenheiro Glauco Cei, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Amapá.
Ele diz que pelo fato de o Amapá ser o segundo menor contingente populacional do país, será preciso muita articulação e força política para garantir dinheiro público que patrocine a construção da artéria – que corta o estado de Norte a Sul.
Questionado sobre o atual momento e da cena política aparentemente favorável ao Amapá, com o destaque de algumas de suas lideranças políticas, inclusive com a nomeação de um ministro de estado, o dirigente sindical diz ser importante também buscar apoio regional, como o vizinho estado do Pará e suas lideranças.
Para ele, a questão é numérica, uma formulação argumentativa que remeta ao desenvolvimento regional. “O maior apelo econômico dessa rodovia é seu trecho sul, a única saída do estado em direção ao norte do Pará, uma região produtiva onde está uma população de 580 mil habitantes, que somados aos 800 mil amapaenses representam uma camada importante de brasileiros a merecer do poder central do país a devida atenção”, disse.
Oiapoque
Glauco Cei ressalta que apesar do apelo geográfico e certa projeção, pela relação bilateral da fronteira com a Guiana Francesa, acessada pelo trecho norte da BR-156, é mais viável apostar no incremento e trocas comerciais a partir do vizinho estado do Pará, via Vale do Jari. “Uma região sem restrição econômica como os rigores da União Europeia”, compara.
Números
Ainda a pedido do Diário, o engenheiro deu detalhes do cálculo prévio do custo de construção da estrada. Explicou que o trecho entre Calçoene e Oiapoque fica em uma região mais “acidentada” do ponto de vista da geografia e também cursos d’água. “Acima do Rio Araguari, todos os nossos trechos hídricos são de rios que nascem nas montanhas do Tumucumaque e desaguam no oceano, portanto nessa época do ano o período das chuvas faz aumentar a pressão e o nível das águas sobre o leito da estrada, elevando muito o custo operacional da construção”, explica.
Neste sentido, há uma projeção de que cada quilômetro tenha um custo médio de R$3,5 milhões para ser aberto e pavimentado, algo próximo a R$ 400 milhões no trecho em questão, que somados aos mais de R$ 500 milhões para os quatro lotes do trecho entre Macapá e Laranjal do Jari levam a estimativa de custo para R$ 1 bilhão para toda a sua extensão.
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