Cidades

De migrantes vindos da Mazagão africana à Câmara de Comércio

Américo Diniz e Antônio Maria de Brito falam da contribuição dada ao Amapá, até agora, pela Associação da Comunidade Luso-Brasileira do Estado do Amapá


 

Douglas Lima
Editor

 

O Amapá poderá contar, em curto prazo, com uma Câmara de Comércio Brasil Portugal, e assim fortificar a exportação de lenha, o que já realiza para o país europeu, e iniciar transações com produtos extrativistas e até manufaturados, bem como incrementar o turismo.

 

A informação foi dada neste sábado, 1, pelo advogado João Américo Diniz e o bacharel em direito Antônio Maria de Brito. Eles pertencem à direção da Associação da Comunidade Luso-Brasileira do Estado do Amapá, entidade que influenciou no intercâmbio ora em vigência entre a Ueap e cinco universidades lusitanas.

 

Américo e Antônio Maria falaram no programa ‘Togas e Becas’ (Rádio Diário FM 90,9) que a ideia do intercâmbio universitário foi dada pela associação ao embaixador de Portugal, Luiz Faro, num encontro com entidades portuguesas do norte do Brasil.

 

Como o embaixador Faro ficou interessado no assunto, a direção da comunidade no Amapá foi à reitora da Ueap, Kátia Paulino, e a relação educacional se tornou realidade. Hoje, 30 universitários amapaenses estudam em Portugal como bolsistas do convênio.

 

A dupla adiantou que as conversas acerca de uma Câmara de Comércio Brasil Portugal no Amapá estão adiantadas, podendo a sociedade inclusive passar a existir já em fins do corrente ano. A associação de portugueses no Amapá também dá orientações sobre passaportes.

 

Américo Diniz e Antônio Maria de Brito informaram, ainda, que os portugueses históricos que desembarcaram em Mazagão, na segunda metade do século XVIII, deverão ser alvos de estudos, incluindo nas atividades até a procura dos restos mortais deles.

 

Luiz Faro conheceu Mazagão levado pela Associação da Comunidade Luso-Brasileira do Amapá. Os diretores da entidade disseram que o embaixador ficou impressionado com a indumentária usada na encenação da luta entre mouros e cristãos, na Festa de São Tiago, idênticas às usadas em Portugal nas lembranças festivas em alusão à Mazagão africana.

 

O embaixador Luiz Faro, disseram Américo e Antônio Maria, também ficou admirado da encenação na Festa de São Tiago ser feita tão bem, apesar dos protagonistas não serem atores profissionais, mas apenas moradores de Mazagão. Foi nessa visita que a autoridade portuguesa ficou interessada em resgatar a memória dos lusos que começaram a povoação do hoje estado do Amapá.

 

A Associação da Comunidade Luso-Brasileira foi criada em 10 de junho de 2018 com a finalidade de agregar os portugueses que vivem no estado, muitos deles descendentes de lusitanos pioneiros em vários ramos de atividades no Amapá.

 

Por exemplo, foi de português a primeira padaria no estado, a Lisbonense; um lusitano criou a primeira empresa de ônibus, Estrela de Ouro; e coube também a um lusíada o primeiro comércio de produtos veterinários, Casa Milena, de João Felício Diniz, pai do próprio advogado João Américo Diniz.

 

 


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