Cidades

Delator diz que iniciativa de pagar propina partia de empreite

Diretor preso afirma que Galvão Engenharia sofria extorsão



O engenheiro civil Shinko Nakandakari, apontado pela força-tarefa da Operação Lava Jato como o operador financeiro da Galvão Engenharia no esquema de corrupção que causou desvios de recursos da Petrobras, afirmou que a “iniciativa de oferecer vantagens indevidas” partia “sempre” da empresa, e não dos diretores da Petrobras.

Segundo a defesa de Erton Fonseca, diretor da Galvão Engenharia que está preso na carceragem da Polícia Federal no Paraná, ele só pagou porque foi “extorquido” por Nakandakari, a mando do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e do ex-gerente de Engenharia da estatal Pedro Barusco.

O depoimento de Nakandakari, que firmou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), foi prestado no último dia 19 e disponibilizado nesta quinta-feira (26) pela Justiça Federal no andamento processual da Operação Lava Jato.
Nakandakari explicou no depoimento que foi contratado pela Galvão Engenharia em 2008 para “assessorar” a empresa em questões contratuais com a Petrobras. A Galvão Engenharia só passou a ser convidada para grandes licitações da estatal após a sua intermediação.

Ele afirmou que, entre 2008 e 2010, a Galvão Engenharia pagou R$ 3 milhões em propina para a aprovação de aditivos contratuais. Desse valor, R$ 900 mil ficaram com ele, e o restante (R$ 2,1 milhões) foram repassados a Duque e a Barusco. Segundo ele, os pagamentos eram efetuados “sempre após a aprovação de um aditivo contratual” e que o dinheiro “possivelmente” era originário de “caixa 2” da empresa.

O delator afirmou ainda que entre 2010 e 2014, emitiu, por meio de uma de suas empresas, notas fiscais de prestação de serviço em nome da Galvão Engenharia para justificar o pagamento de propina. –


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