Cidades

Delegada diz que mulheres não podem se calar diante da violência doméstica

Delegada Sandra Dantas revelou que entre os meses de janeiro e julho deste ano a justiça do Amapá concedeu mais de 200 medidas protetivas de urgência.


Lana Caroline
Da Redação

 

O “Agosto Lilás” é uma campanha de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, instituída por meio da Lei Estadual nº 4.969/2016, com objetivo de intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha, sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o necessário fim da violência contra a mulher, divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes.

 

Durante a pandemia, o Amapá teve uma baixa nos atendimentos presenciais e divulgou a Delegacia Virtual para que a mulher possa fazer seu Boletim de Ocorrência.

 

“Verificamos que reduziu a presença da mulher na delegacia, mas mostramos o meio de fazer um B.O pela internet. Quando contabilizamos as estatísticas do 180 e 181, constatamos muitas ocorrências. Até hoje, temos mais de 200 medidas protetivas solicitadas por mulheres e mais de 300 inquéritos policiais de janeiro a julho”, afirmou a delegada titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), Sandra Dantas.

 

A delegada lembra que muitas vítimas de violência doméstica, principalmente, de violência física, chegam a procurar a delegacia para registrar a ocorrência, e, assim, garantir a medida protetiva, mas no meio do caminho elas acabam desistindo de seguir com a denúncia.

 

“Nos casos de lesão corporal o homem é indiciado criminalmente, embora seja feita uma audiência de mediação. Muitas mulheres não sabem que medida protetiva é paliativa, outras acham que o homem saindo de casa está resolvido. Muitas vezes algumas desistem da medida e acabam voltando para o relacionamento por causa dos filhos, dependência financeira e psicológica, entre outras. Assim, ela só faz acabar com a medida e voltar a correr riscos de sofrer novamente violência”, disse a delegada.

 

Sandra Dantas diz que para descobrir o perfil do agressor, basta que se comece a prestar atenção nas primeiras ações grosseiras como um empurrão, um xingamento, entre outras coisas. “Para definir um agressor você tem que ver as atitudes grosseiras, daí você começa a ver o perfil da pessoa com quem você convive. Se ele te agride uma vez, ele vai agredir sempre”, alertou.

 

Em todo o Brasil, denúncias sobre violência contra as mulheres podem ser feitas pelo número 180. A ligação é gratuita. Também dá para denunciar pelo site da Ouvidora Nacional dos Direitos Humanos, do Governo Federal através do link: https://www.gov.br/mdh/pt-br/ondh. Ainda existe o contato da Secretaria Extraordinária de Política para Mulheres (SEPM) que atende todo o estado através do número (96) 8409-0863. Conforme demanda, é encaminhado a algum órgão em específico dentro da Rede de Atendimento à Mulher (RAM).


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