Cidades

Dilma finalmente começou a fazer as pazes com o mercado, diz ‘

Jornal britânico vê ‘tempestade’ econômica prestes a atingir o Brasil



 

No ano em que o Brasil deve passar por sua pior recessão em 25 anos, a presidente Dilma Rousseff “finalmente começou a fazer as pazes com o mercado”, diz o jornal britânico “Financial Times”.

Em caderno especial sobre o Brasil publicado na terça-feira (12), o jornal aponta que a inflação do país deve terminar o ano acima de 8%, com potencial de desacelerar ainda mais o crescimento econômico e provocar mais desemprego – no que chamou de “uma tempestade prestes a atingir o país”.

Ainda assim, diz a publicação, os economistas estão “relativamente otimistas”: “depois de afastar investidores com uma combinação tóxica de políticas não-convencionais, intervenção estatal e e um modelo econômico populista que priorizava o consumo às custas da disciplina fiscal, a presidente Dilma Rousseff finalmente começou a fazer as pazes como mercado”, diz o texto.

Em editoral sob o título “O sucesso requer medidas dolorosas”, o “FT” aponta que, com a ajuda do ministro da Fazenda Joaquim Levy, o governo colocou em prática nos últimos meses uma série de medidas para “fechar o ralo” das contas fiscais e preservar o grau de investimento do país – a nota das agências de risco que dá o “selo de credibilidade” do Brasil aos investidores.

Para a presidente, no entanto, essa “meia-volta não foi fácil”, diz o jornal. “Na campanha eleitoral, seu partido demonizou os bancos e o capital privado, enquanto prometia não cortar benefícios ou aumentar impostos”.

Os incentivos fiscais e o crédito subsidiado nos bancos estatais nos últimos anos, no entanto, afastaram os investidores e fizeram pouco para estimular o crescimento, diz a publicação. O desafio à frente será melhorar as contas fiscais sem cortes significantes nos investimentos, e encontrar uma forma de reduzir o crédito nos bancos públicos. “No entanto, o sucesso da retomada do Brasil está na decisão de Dilma Rousseff de garantir essas medidas dolorosas às custas do apoio dos eleitores”, diz o “FT”.


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