Cidades

Diretor do Rurap alerta sobre incerteza acerca do açaí

Dorival Santos disse em entrevista que, embora proposta pareça atrativa, faltam dados de possíveis prejuízos para agricultor familiar


 

Douglas Lima
Editor

 

Na manhã dessa quarta-feira, 3, o Rurap ofertou o Curso de Reciclagem em Manejo de Açaizais Nativos e certificação dos conhecimentos técnicos de atendimento na prestação nos serviços ambientais Atef nas comunidades agroextrativistas do Amapá.

 

Segundo o diretor-presidente do Rurap, Dorival Santos, o projeto piloto foi uma troca equivalente de experiências entre os agricultores e os profissionais do órgão de sua gestão.

 

O programa ‘Ponto de Encontro’ (Diário FM 90,9) ouviu Dorival Santos, que após participar de evento de atualização e formação técnica, falou dos principais anseios e projeções acerca dos trabalhadores do campo e do que é produzido no setor.

 

Dorival pontuou que o evento foi uma troca equivalente de conhecimentos entre os profissionais do Rurap e os agricultores familiares, que foram ouvidos e terão seus anseios trabalhados pelo órgão. “É uma lição para os agricultores familiares”, celebrou o diretor-presidente.

 

 

“O agricultor familiar sozinho fica muito vulnerável às ilicitudes do mercado e do próprio processo produtivo. Ele cooperado, ele em coletivo em formato de cooperativa, que deve ter o sentido empresarial, ganha condições de competitividade no mercado que está cada vez mais exigente em relação ao produtos que chegam na nossa mesa”, falou Dorival.

 

O diretor falou que o evento foi, sobretudo, relacionado à eficácia do processo produtivo. Segundo ele, o encontro foi para trocar informações com os colaboradores da Amazon Bay com técnicos do Rurap, que atuam no âmbito florestal, para que todo tipo de informações que levem a melhorias da prestação desse serviço público de assistência técnica para a agricultura familiar possa ser aprimorado.

 

“O conhecimento necessário para que uma boa assistência técnica pública seja colocada é uma via de mão dupla. Não só o técnico leva informação, como o ele recebe informação”, salientou o Dorival.

 

Entre o que foi discutido no Projeto Piloto de Capacitação Compartilhada, Dorival citou a questão do açaí, que segundo ele provavelmente supera a produção da mandioca no Amapá, e que esse dado, para o mercado, torna mais atrativo para o agricultor cultivar o fruto.

 

“A sedução que o mercado traz para que eles produzam o açaí pode ser um tiro no pé. Tradicionalmente o açaí era produzido em consórcio com outros tipos de plantas, produtos, enfim. A pergunta que fazem lá é se a monocultura do açaí é boa ou ruim; no momento é boa, resta saber qual tipo de prejuízo a médio e longo prazos podemos ter, fazendo apenas o manejo e a extração do açaí”, alertou o diretor-presidente.

 

 


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