Cidades

Extinção de Reserva vai transformar o Amapá em um novo Eldorado

Licitações para concessões começam a ser elaboradas pelo DNPM, mas cerca de 2 mil garimpeiros que atuam na área da reserva poderão regularizar suas lavras


Segundo o geólogo Antônio Feijão, área do Amapá, com 1,7 milhão de hectares é muito rica em minérios, principalmente ouro, tântalo, nióbio, cassiterita e manganês. Licitações para concessões começam a ser elaboradas pelo DNPM, mas cerca de 2 mil garimpeiros que atuam na área da reserva poderão regularizar suas lavras.
 
Com a assinatura nesta quarta-feira (23), pelo presidente Michel Temer, do decreto que extingue a Reserva Mineral do Cobre (Renca) que ocupa uma área total de mais de 4 milhões de hectares nos estados do Amapá e Pará pode transformar a região em um novo Eldorado, por abrigar enorme quantidade de minérios, em especial ouro, tântalo, nióbio, cassiterita e manganês. Do total da reserva, 1,7 milhão de hectares faz parte do Amapá, cuja exploração vai garantir um novo e rico ciclo de desenvolvimento do setor mineral do estado.
O geólogo amapaense, Antônio da Justa Feijão, um dos mais respeitados especialistas da área mineral do Brasil, com estudos publicados em revistas do setor de vários países, comemoração a extinção da reserva, que segundo ele por muitos “engessou” a economia do Amapá. Ouvido pela bancada do programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) na manhã desta quarta-feira (23) por telefone, de Brasília, onde se encontra assessorando a Comissão de Meio Ambiente do Senado, presidida pelo senador Davi Alcolumbre (DEM), Feijão lembrou que a criação da reserva, em 1984, pelo então presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo teve como objetivo evitar a exploração mineral pelo mega-investidor norte americano Daniel Keith Ludwig, fundador do Projeto Jarí, na fronteira dos estados do Pará e Amapá.

“Em 1984 o presidente Figueiredo pressionado pela onda anti Ludwig bloqueou a exploração de quase 4 milhões de hectares nos estados do Amapá e Pará, dos quais 1,7 milhão de hectares no Amapá e agora, ao extinguir a Renca, o presidente Michel Temer devolve estado do Amapá um novo território para mineração, permitindo não apenas a pesquisa e a exploração do grande potencial de minérios lá existentes, como também que mais de 2 mil garimpeiros que moram e trabalham naquela região possam se regularizar”, comemorou.

Perguntado se realmente a agora extinta Reserva Renca possui tanto minério como se divulga, Antônio Feijão garantiu que sim: “Tem muito minério lá, isso já foi constatado; para que se tenha idéia, na frente de Pedra Branca (município amapaense) tem uma Linha chamada ‘Linha A’ do assentamento em direção ao Pará que entra no garimpo do Cupuxizinho, uma das maiores reservas de ouro onde mais de 2 mil garimpeiros vivem sob o manto da ilegalidade, mas que agora eles vão poder se legalizar, obtendo a permissão da lavra garimpeira. Lá há muito minério sim, principalmente ouro, tântalo, nióbio, cassiterita, ferro, manganês e terras raras, o que vai abrir um novo mercado para o Amapá; são áreas que não têm dono, e vão ser licitadas, o que vai fortalecer o setor mineral do estado. Estive ontem (terça) com o diretor geral do DNPM (Departamento Nacional de Pesquisa Mineral) e ele me disse que o órgão vai trabalhar de forma célere para colocar a licitação, e me garantiu que essa licitação vai ser o primeiro ato do presidente Temer no setor mineral, e isso vai acontecer logo após a privatização da Eletrobrás”.
Em resposta à indagação se a extinta reserva pode ser comparada à Província Mineral de Carajás, o geólogo explicou que elas possuem características distintas: “Carajás tem características que é uma escala de milhões de toneladas de ferro, dezenas de milhares de onças de ouro e jazidas de cobre; na Renca, no Amapá, há muito manganês e, claro, além de uma grande diversidade de outros minérios. Quanto isso foi constatado pelo governo militar da época e quando viram que o Augusto Antunes (então proprietário da Icomi) estava ‘namorando’ empresas internacionais, os militares trouxeram a reserva há quase 4 quilômetros da cidade de Serra do Navio e engessaram o setor mineral, que ficou parado esses anãos todos; agora se cria um novo cenário para a economia”, previu.

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