Falta de licença ambiental adia para 2023 simulado para exploração de petróleo no Amapá
Estimativa é de que prejuízo com a demora ultrapasse a casa dos R$ 75 milhões

A exploração de petróleo e gás pela Petrobras na chamada Margem Equatorial, uma faixa marítima que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, passando pelo Pará, Maranhão, Piauí e Ceará, é uma das principais apostas da companhia para os próximos anos, conforme detalhado no Novo Plano Estratégico da empresa, que prevê os investimentos a serem feitos entre 2023 e 2027. Segundo esse plano, o projeto receberá investimentos de aproximadamente US$ 3 bilhões, dos US$ bilhões previstos para os próximos cinco anos.
Segundo informações levantadas com a assessoria da Petrobras, essa área é considerada estratégica para a companhia, que prevê a implantação de 14 poços exploratórios em 21 blocos e em duas áreas de avaliações de descobertas. A empresa pretendia realizar, ainda agora no início de dezembro, um simulado de situação de acidente durante a atividade de exploração de petróleo na região, que seria a última etapa para a emissão de licença ambiental para atividade na área. O exercício ocorreria na costa marítima do Amapá, no entanto, mobilizaria estrutura de outros estados, incluindo o Pará.
Petrobras afirma que aguarda trâmites necessários para realizar o simulado
De acordo com informações divulgadas pela Reuters nesta semana, no entanto, o Governo do Pará ainda não teria emitido a licença ambiental necessária para que a operação pudesse, de fato, ser executada. Com isso, talvez o simulado precise ficar para o ano que vem. Por meio de nota, a assessoria da Petrobras informou que aguardava todos os trâmites necessários para a ocorrência do simulado.
“A expectativa é a de que a perfuração do poço exploratório seja iniciada logo após a aprovação da Avaliação Pré-Operacional (APO) e emissão da Licença Operacional pelo IBAMA. A Petrobras está envidando esforços e mobilizando a estrutura necessária para a realização da APO, que é iminente e um requisito do processo do licenciamento ambiental, que consiste em simular um evento acidental envolvendo vazamento de óleo no mar, com o objetivo de avaliar a eficácia do Plano de Emergência Individual (PEI) da Petrobras para a atividade de perfuração”, informou a assessoria.
A assessoria da Petrobras não informou, no entanto, que tipo de prejuízos a companhia pode estar tendo com a demora na liberação da licença, uma vez que já teria mobilizado para a região todo o gigantesco aparato necessário à realização do simulado. Uma fonte ligada à indústria do petróleo, no entanto, estima que o prejuízo ultrapasse a casa dos R$ 75 milhões, uma vez que, para manter toda a estrutura montada na região onde deve ocorrer o simulado, a estatal gasta, em média, R$ 5 milhões por dia.
Blocos na Margem Equatorial ainda aguardam por empresas interessadas na exploração de gás e petróleo
No início deste mês, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) assinou 58 contratos relativos aos blocos arrematados no 3º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC), realizado em abril deste ano, que não incluiu nenhum setor das bacias que compõem a Margem Equatorial.
Isso aconteceu, segundo a assessoria da ANP, porque não houve interesse de empresas por esses blocos. “No Brasil, as áreas para exploração são contratadas dessa forma, a partir de rodadas de licitações. Nas rodadas de licitações, as empresas (individualmente ou em consórcio) arrematam blocos para exploração e produção de petróleo e gás natural. As empresas/consórcios vencedores precisam então apresentar a documentação exigida à ANP e, estando tudo correto, assinam os contratos de concessão ou partilha, de acordo com cada caso”, explicou a empresa.
Com informações de O Liberal
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