Cidades

Feriado de Cabralzinho fortalece história e turismo do município de Amapá

Criação do feriado é uma forma de reconhecer o heroísmo de Cabralzinho, além de fortalecer a história, a cultura e o turismo da cidade.


"Ele defendeu o Amapá e merece que as pessoas reconheçam sua história", afirma o aposentado Clodoaldo da Mata.

Em 2017, o governador do Amapá, Waldez Góes, sancionou a lei que estabelece a data de 15 de maio como Dia de Cabralzinho, um feriado estadual, em homenagem ao general Francisco Xavier da Veiga Cabral, o Cabralzinho, um personagem histórico por ser considerado um herói nacional. A criação do feriado é uma forma de reconhecer o heroísmo de Cabralzinho, além de fortalecer a história, a cultura e o turismo de Amapá, município de 8 mil habitantes localizado a cerca de 300 km de Macapá. O projeto que criou a data é do deputado estadual Jaci Amanajás.

 

Em 2018, a data foi celebrada nos dias 13, 14 e 15 de maio, durante a Festividade de Cabralzinho no município de Amapá, com programações cívicas, culturais e entrega da Escola Estadual Maria do Céu Gonçalves Dias, que foi reformada, equipada e climatizada pelo governo estadual.

 

O historiador Dorivan dos Santos Sobral, que é natural do município, explica que, no ano de 1895, o Amapá formava uma região denominada Contestado Brasileiro e era a capital do território. Uma vez que a área possuía grande quantidade de ouro, iniciou-se uma disputa entre Brasil e França pela região. Cabralzinho esteve à frente das batalhas e integrou uma composição política denominada Triunvirato, da qual também fizeram parte Desidério Antônio Coelho e Cônego Domingos Maltês.

 

No dia 15 de maio, a Vila do Espírito Santo do Amapá – hoje o município de Amapá – foi invadida por uma tropa da Legião Estrangeira, de Caiena, capital do território ultramarino da Guiana Francesa. A organização militar francesa era conhecida por agregar homens de várias nacionalidades, sem nenhum tipo de seleção para entrar, por isso, muitos criminosos procurados pelas justiças de seus países encontravam na Legião Estrangeira um refúgio protegido pelas leis internacionais.

 

Após a Batalha, a República reconheceu o heroísmo de Cabralzinho e seus comandados. O Laudo Suíço, assinado em 1900, ratificou o Rio Oiapoque como fronteira franco-brasileira e pôs fim ao litígio. No ano seguinte, em 22 de outubro de 1901, a lei nº 798 criou a cidade de Montenegro, que em 1903, volta a receber a denominação de Amapá até os dias atuais.

 

Para Dorivan, a criação do feriado é uma forma de despertar o interesse sobre a rica história do município. “Considero este feriado de suma importância porque acredito que é um incentivo para que as novas gerações tenham acesso a essas informações e que os outros municípios do Estado conheçam nossa história ao vir participar da programação do Dia de Cabralzinho”, afirmou o historiador.

 

O aposentado Clodoaldo da Mata, 83 anos, é morador de Amapá. Ele conta que visualiza o feriado como um reconhecimento a Cabralzinho. “Ele defendeu o Amapá e merece que as pessoas reconheçam sua história”, ressalta.

 

A opinião do historiador e do aposentado é reforçada pela visão do prefeito de Amapá, Carlos Sampaio. Ele acredita que o feriado já está trazendo resultados positivos para a região. “Ontem já não havia vagas nos hotéis e pousadas da cidade, isto é muito bom porque demonstra que as pessoas têm interesse em participar da programação e conhecer as riquezas do nosso município”, ponderou o gestor. Ele ressaltou que, além de possuir importância histórica para o Amapá, a cidade tem belezas naturais como cachoeiras, rios e lagos e locais como a Base Aérea do Amapá, espaço montado como ponto de apoio para os países aliados durante a Segunda Guerra Mundial.

 


A faxineira Maria das Merces é funcionária de uma pousada da cidade e conta que o número de hóspedes aumentou durante a Festividade de Cabralzinho. “Achamos interessante porque geralmente o maior movimento aqui acontece em julho, no verão. Maio não é um mês que costuma atrair visitantes ao Amapá, mas, com esse feriado, já observamos a mudança”, explicou a funcionária.


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