Cidades

GEA e PMM não se entendem no que diz respeito à utilização de agentes de endemias

Superintendente de Vigilância em Saúde diz que prefeitura de Macapá não recebe agentes de endemias por não apresentar plano de ação conjunta. Secretário de Saúde contesta e afirma que o governo quer manter profissionais sobre a sua tutela.


Dorinaldo Malafaia e Eldren Lages

O superintendente de Vigilância em Saúde (SVC) Dorinaldo Malafaia e o secretário municipal de Saúde de Macapá (Semsa) Eldren Lages travaram debate acirrado na manhã desta terça-feira (11) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9), tendo como pivô a atuação dos agentes de endemias contratados recentemente pelo governo do Amapá (GEA).

 

Segundo Malafaia, à exceção de Macapá, os demais municípios apresentaram planos de ação conjunta e receberam os agentes, que já estão atuando, mas a Semsa se recusou a apresentar o plano de trabalho, e por isso ainda não recebeu cerca de 150 profissionais que estavam destinados ao Município.

 

“Nós estabelecemos parcerias com os municípios para a utilização dos agentes de endemias recentemente contratados, que já estão atuando, e com resultados altamente satisfatórios, tanto que o Amapá foi um dos três estados em que a meta da cobertura vacina foi atingida, e no nosso caso, superada; o mesmo ocorre com relação à malária, que no mesmo período do ano passado tivemos 5 mil e 200 casos, e este ano foram 4.050, uma redução de 14%. A única prefeitura que não apresentou o seu plano de ação conjunta, requisito essencial para a liberação dos agentes, foi a de Macapá, por isso município ainda não recebeu os 150 agentes que foram disponibilizados”, relatou.

 

Ouvinte assíduo do programa, o secretário Eldren Lages, por telefone, reagiu: “Infelizmente na véspera do processo eleitoral o governo do estado realizou esse processo seletivo para contratação de agentes e se recusa a entregá-los para a prefeitura administrar, pois quer executar as ações de controle de endemias, que é atividade do Município; quer simplesmente administrar esse exército de 120 homens nas ruas. Tivemos uma reunião na Semsa com o superintendente e ele colocou de forma muito clara que não iria entregar para o município administrar, e que ele ficaria na coordenação desses agentes em campo. Não existe nenhuma alegação que seja plausível, porque o governo tem auxiliado a prefeitura, auxiliou no ano passado quando contratou alguns de agentes endemias, inclusive os Bombeiros (CBM) participaram, mas sob a coordenação do Município, que é quem tem maior expertise do trabalho casa a casa”.

 

Malafaia retrucou: “O que foi solicitado e não foi apresentado, foi o plano de ação conjunta, que é exigido para que os agentes sejam liberados; todas demais prefeituras apresentaram os seus planos e foram atendidas; esse plano é exigido porque tivemos experiências negativas no passado, com a utilização de agentes de endemias em outras atividades, até mesmo reformas e capinas, entre outros desvios de função”.

 

Para Eldren a reclamação de Malafaia não procede: “Tem horas que eu fico estarrecido com certas coisas que são colocadas. Eu queria que o secretário Dorinaldo resolvesse essa situação entregando os agentes hoje; faça uma relação e encaminhe às prefeitura; deixa a gente atuar com maior expertise e exerça a sua função de supervisão; no momento que encontrar algum agente com desvios de função ai o senhor assume, aciona o MP (Ministério Público), mas não retenha os agentes com essa desculpa de que esses agentes eram de alguma forma utilizados indevidamente”.
Encerrando a discussão, Dorinaldo Malafaia ratificou que os agentes de endemias destinados à prefeitura de Macapá só serão liberados mediante a apresentação do plano de ação conjunta.

 

Interiorização da vacinação
O superintendente da SVS também falou sobre mais uma edição da Operação Gota, em complementação à campanha de vacinação, realizada em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB) e prefeituras. De acordo com Malafaia, a meta da Operação é vacinar moradores de regiões de difícil acesso, e neste caso especial na comunidade do Sucuriju no município do Amapá e áreas indígenas de Oiapoque.


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