Cidades

Governo prepara nova etapa de vacina contra a Aftosa

O Amapá está bem próximo de conseguir a permissão para comercializar carne para outros Estados e para fora do país.


Com a meta de 90% de vacinação atingida na última campanha contra a febre aftosa, a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária (Diagro) acredita que, ainda este ano, o Estado alcance a elevação na classificação do rebanho.
 
Apesar da meta de imunização atingida, a Diagro ainda persegue os outros 10% para regularizar por completo o rebanho. Segundo relatório oficial da última campanha, cujo período foi de 15 de setembro à 15 de novembro de 2015, foram vacinados 293.859 animais, de um total de 326.509. O percentual atingido é 12% maior que o alcançado em 2014, quando foi imunizado 78%, abaixo do estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
 
Agora, em parceria com a Superintendência Federal de Agricultura (SFA) no Amapá – órgão da União que responde pela vigilância animal no Estado –, o Governo Estadual prepara mais uma etapa de imunização. Esta nova fase corresponde à identificação dos animais que não foram vacinados.
 
Para isto, a equipe da Diagro reuniu nesta quarta-feira, 27, na sede da SFA/AP, para traçar as estratégias de ação. O objetivo é identificar os proprietários que não realizaram o procedimento para que eles possam se regularizar.
 
Ficou definido que os dois órgãos se reunirão para identificar os motivos pelos quais os pecuaristas não fizeram a vacinação no período oficial de campanha. Segundo o cadastro de controle da Diagro, esses 10% restantes compreendem pequenos criadores. “Algumas vezes esses pecuaristas até se desfazem dos animais, mas não procuram o órgão de vigilância para dar baixa, por isso, eles aparecem entre o quantitativo não vacinado”, explicou o diretor-presidente da Diagro, Otacílio Barbosa.
 
Segundo ele, os criadores que não fizeram a vacinação serão notificados e poderão adquirir a vacina direto na Diagro ou na SFA/AP para regularizar o rebanho.
 
Estrutura e logística
Além da imunização, outros dois critérios são analisados pelo Mapa para a elevação do status do rebanho: estrutura e logística da inspeção agropecuária local. O Amapá precisa ter cobertura de vigilância em todos os 16 municípios, ou seja, representação com escritórios regionais, estruturados com médicos veterinários, técnicos agrícolas e administrativos.
 
Já na logística são necessárias ferramentas como sistemas informatizados e de comunicação, que integrem informações das vigilâncias federal, estadual e municipal. Destes dois parâmetros depende a Guia de Trânsito Animal (GTA), que é emitida eletronicamente.
 
Segundo a Barbosa, todos os municípios já possuem cobertura regional da Diagro, mas para o melhor funcionamento ainda falta completar o quadro de pessoal e a compra de mais equipamentos de informática, mecanismos de transporte para atuação dos técnicos (veículos terrestres e fluviais), e contrato de distribuição de combustível.
 
Convênio
A direção da Diagro destacou ainda que o governo do Estado conseguiu retomar um convênio que estava estagnado desde 2012, para a aquisição de equipamentos. “Já adquirimos voadeiras com motores, veículos terrestres com contrato de manutenção, combustível, material de expediente, entre outros. Por isso, os escritórios regionais estarão em pleno funcionamento até março, quando ocorrerá uma vistoria do Mapa para avaliação que pode confirmar a elevação do status do Amapá”, afirmou.
 
Segundo ele, para suprir a carência de pessoal, um estudo para a realização de concurso público está em andamento. Inicialmente, as vagas seriam para veterinário, técnico agrícola e administrativo.
 
Estatística
Dos 16 municípios, Itaubal do Piririm foi o único que teve 100% do rebanho vacinado, seguido de Cutias com 99%. O que teve o menor índice foi Porto Grande.
 
A febre aftosa
O maior impacto da doença é o financeiro, pois a doença atinge os animais sendo necessário sacrificá-los. Os principais sintomas são febre, casco fendido e bolhas na boca, focinho, tetas e narinas. A doença é contagiosa e surgiu no ano de 1514, na Itália. No Brasil, o primeiro caso registrado ocorreu em 1895, no Triângulo Mineiro. No Amapá, há 18 anos não são registrados focos da doença, no entanto, a atual classificação de risco do rebanho impede a comercialização de proteína animal amapaense.

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