HU-Unifap aposta em cirurgia minimamente invasiva para tratar incontinência urinária feminina
Procedimento gratuito devolve autonomia e qualidade de vida a pacientes e já beneficiou nove mulheres amapaenses
A incontinência urinária, caracterizada pela perda involuntária de urina, afeta cerca de 45% das mulheres e 15% dos homens acima dos 40 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Para ampliar o acesso ao tratamento especializado, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá (HU-Unifap), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), passou a oferecer atendimentos em uroginecologia com foco na cirurgia de Sling (técnica minimamente invasiva indicada principalmente para mulheres com incontinência urinária de esforço). A iniciativa já beneficiou nove pacientes amapaenses.
Segundo o médico uroginecologista Aljerry Rego, a cirurgia pode ser realizada por uma de duas técnicas: com o uso de uma tela sintética ou com tecido nativo da própria paciente – a escolha depende das características de cada caso. “É um procedimento com alta taxa de sucesso, superior a 85%, e recuperação rápida. A paciente recebe alta em menos de 24 horas e, em cerca de 30 dias, pode retomar sua rotina normalmente”, explica.
A chefe da Unidade de Ambulatório, Deize Pontes, reforça que, além da incontinência urinária, o HU-Unifap também atende casos de prolapsos genitais, bexiga hiperativa, síndrome da bexiga dolorosa, flacidez vaginal e outras disfunções miccionais. “Disponibilizamos cirurgias de colpoperineoplastia anterior e posterior e o tratamento cirúrgico da incontinência urinária por via vaginal, todos realizados pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. Os encaminhamentos são feitos via regulação estadual”, destaca.
Esperança de mais qualidade de vida
Entre as mulheres que aguardam o procedimento está a doméstica Socorro Cordeiro, de 52 anos. Ela conta que os sintomas começaram há cerca de seis meses, com episódios frequentes de perda de urina que afetam a rotina da paciente. “Preciso ir ao banheiro o tempo todo, principalmente à noite. Isso atrapalha meu sono e interfere até em coisas simples, como caminhar ou ficar em pé por muito tempo”, relata.
Por conta dos sintomas, Socorro foi encaminhada ao HU-Unifap e entrou para a fila da cirurgia no começo deste ano. Atualmente, está na fase dos exames e laudos pré-operatórios. “Estou muito ansiosa. Acredito que vai melhorar bastante minha qualidade de vida e minha rotina. Estou sendo bem atendida e espero fazer a cirurgia o quanto antes”, afirma.
Como marcar a primeira consulta?
As consultas no HU-Unifap são referenciadas e agendadas por meio do Sistema Nacional de Regulação (SISREG), coordenado pela Secretaria de Saúde do Amapá (Sesa). Para ter acesso ao atendimento especializado, o usuário deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde será avaliado e, se necessário, encaminhado ao especialista.
Com o encaminhamento para uroginecologia, é necessário comparecer ao Sistema Integrado de Atendimento ao Cidadão (SIAC/Super Fácil), levando documento com foto, cartão do SUS e comprovante de residência. No local, o usuário deve indicar o HU-Unifap como unidade de preferência e atualizar seus dados pessoais. Após autorização da Regulação Estadual, a Central de Atendimento do hospital universitário entrará em contato para informar a data da consulta.
O que é incontinência urinária?
De acordo com o Ministério da Saúde, a incontinência urinária (IU) é caracterizada por qualquer perda involuntária de urina, informada pelo próprio paciente ou por um cuidador. A condição pode ocorrer devido a esforço físico — como em atividades esportivas, espirros ou tosse — ou por urgência urinária. A IU afeta a qualidade de vida e pode atingir pessoas de todas as idades, sexos e classes sociais, comprometendo o bem-estar físico, emocional e social dos indivíduos.
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