Cidades

ICMBio avança na proteção do Escudo das Guianas com assinatura da Carta de Macapá

O Projeto prevê oficinas, encontros temáticos, fomento à ciência, combate à mineração ilegal, além da transmissão do conhecimento tradicional e do patrimônio cultural


 

Ao fim do último mês, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) voltou a contribuir no tema do Escudo das Guianas, comprometendo-se e assinando a “Carta de Macapá”, um protocolo de intenções para proteção da região e um plano de ação para os próximos passos da iniciativa.

 

A assinatura foi resultado do evento “Fortalecimento da Rede em Prol das Áreas Protegidas nos Países do Escudo das Guianas”, que ocorreu em Macapá, no final de novembro. O convite partiu do Parc Amazonien de Guyane ao Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (AP) como fruto das ações da Carta de Intenções Brasil-França, assinada entre os parques nacionais em março de 2024 visando ações cooperativas entre as duas áreas protegidas.

 

Composta por participantes de Suriname, Guiana Francesa, Guiana e Brasil, a oficina estabeleceu os objetivos para a segunda fase do Projeto Renforesap, de abordagem transnacional entre os gestores de áreas protegidas da Guiana Francesa, do Suriname e da Guiana. A primeira fase aconteceu durante os anos de 2018 a 2021, mas o Brasil, embora convidado, não participou.

 

O projeto envolve a gestão de áreas protegidas na região e em sua primeira etapa vinha sendo implementado pelo Parque Amazônico da Guiana Francesa (Guiana Francesa); pela Comissão de Áreas Protegidas (Guiana); pelo Ministério do Planejamento, Ordenamento Fundiário e Florestal (Suriname); e pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (Suriname). A nova fase incluirá o Brasil por meio da participação do ICMBio e de outras instituições nacionais.

 

 

Sobre o Escudo 

Localizado ao longo da costa norte da América do Sul, o Escudo é uma formação geológica de aproximadamente 1,7 bilhão de anos. Com 270 milhões de hectares, a região engloba a Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela e partes da Colômbia e do Brasil, incluindo os estados brasileiros de Roraima, Amapá, Pará e Amazonas. Em sua totalidade, o Escudo corresponde a 40% da área do bioma amazônico.

 

As ações específicas para se alcançar estes objetivos são a organização de oficinas regionais reunindo os gestores das áreas protegidas e a produção de encontros temáticos participativos, que buscam delinear uma visão geral acerca da melhor forma de se apoiar o desenvolvimento local em áreas isoladas em termos de desenvolvimento do ecoturismo. Adicionalmente, busca-se fomentar a ciência participativa para o manejo sustentável dos recursos naturais no ambiente amazônico, desenvolver estratégias de controle contra as ameaças de mineração ilegal de ouro e promover a transmissão do conhecimento tradicional e do patrimônio cultural.

 

“O Escudo das Guianas é umas das regiões mais preservadas da Amazônia e de efetiva contribuição para o controle climático do planeta, mas sua sociobiodiversidade, ainda pouco estudada, vem sofrendo pressões de atividades econômicas degradantes. Então, essa iniciativa é, sem dúvida, um passo importante para que os governos dos países que compõem o território pensem, planejem e executem ações integradas para proteção das paisagens e povos que habitam a região”, destacou Carla Lessa, gerente regional do Norte pelo ICMBio (GR1).

 

Além da participação da gerente regional, o ICMBio esteve também representado pelos coordenadores territoriais de Belém e Manaus, Willian Fernandes e Wilzer Cristiane Gonçalves, pelo coordenador geral de Proteção (CGPRO/DIMAN), Ricardo Brochardo, e pela chefe do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) Amapá Central, Fernanda Brandão. O NGI inclui o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. Participaram também integrantes da Secretaria de Meio Ambiente do Amapá e instituições civis como a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e o Instituto Panthera.

 


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