ICMBio e Ibama executam projetos diferentes de preservação de quelônios no Amapá
Atividade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, iniciada em 2021, está em fase de aprimoramento; programa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis conseguiu, em 2023, nascimento de 174.586 filhotes vivos de tartaruga da Amazônia

Douglas Lima
Editor
Em razão do Dia Mundial da Tartaruga, transcorrido em 23 de maio, nesta quinta-feira o programa ‘LuizMeloEntrevista’ (Diário FM 90,9) conversou com o superintendente local do Ibama, Bernardino Nogueira, e com a analista ambiental do ICMBio, Laís Ohara. Eles discorreram sobre o trabalho que cada instituto realiza para a preservação dos quelônios no estado do Amapá.
Laís informou que o ICMBio, na questão dos bichos de casco, opera nos locais de desova no rio Araguari e nos afluentes Falsino e Amapari, nas áreas do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e Floresta Nacional do Amapá (Flona).
A analista explicou que o projeto com quelônios foca na espécie tracajá, que está ameaçada de extinção, e para isso trabalha em parceria com a comunidade local, inclusive gerando trabalho e renda.
O ICMBio começou a atuar na preservação de tracajás, nos moldes do atual projeto, em 2021, embora o instituto tenha toda uma história relativa à preservação dos quelônios da Amazônia.
A preservação aplicada pelo ICMBio, conta Laís Ohara, consiste em transferir os ovos do tracajá para áreas protegidas, para garantir o nascimento dos filhotes. Como os locais de desova são vários, até em pequenas ilhas, há o recurso de contar com a comunidade.
A analista ambiental disse que ao longo desses três anos de execução o projeto vem sendo aprimorado, tendo o ICMBio conseguido, em 2023, entregar 4.800 filhotes a ecossistemas aquáticos do estado.
Ibama
O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, no Amapá, Bernardino Nogueira, informou que entre as atribuições do órgão está a execução do Programa Quelônios da Amazônia (PQA), no Arquipélago dos Camaleões, no município paraense de Afuá, e na Região dos Lagos, em Pracuuba (AP).
Bernardino revelou, na entrevista, que devido à estiagem prolongada e forte onda de calor em 2023, 3.629 ovos se tornaram inviáveis nas covas, em Pracuuba. “Os ovos foram cozidos na areia quente”, pontuou, acrescentando que em consequência 106 filhotes morreram antes de conseguir sair dos ninhos na área de incubação.
O superintendente atestou que mesmo com o calor decorrente da estiagem, no ano passado, ainda no município amapaense de Pracuuba, devido ao empenho da equipe do Ibama em campo, foi possível obter a produção de 4.662 filhotes vivos de tracajá.
No Arquipélago dos Camaleões, em Afuá, foram transferidos para incubadora 2.331 ninhos, com total de 207.601 ovos transferidos, dos quais 23.642 permaneceram inviáveis e 9.632 filhotes morreram.
Apesar da perda, por causa das condições climáticas, com a translocação dos ovos para o berçário protegido na Ilha dos Camaleões houve como resultado da campanha de 2023 o nascimento de 174.586 filhotes vivos de tartaruga da Amazônia.
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