Cidades

Instituto EcoVida representará o Amapá em comitê nacional que combate o tráfico de pessoas

Geralmente esse tipo de tráfico tem cinco finalidades: exploração sexual, exploração laboral de trabalho análogo à escravidão, adoção ilegal, tráfico de órgãos e servidão.


Railana Pantoja
Da Redação

 

Após votação online aberta no portal do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o Amapá conseguiu uma das três vagas destinadas a representantes da sociedade civil no Comitê Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (CONATRAP), vinculado ao Ministério da Justiça.

 

A partir de junho, o Instituto EcoVida terá mandato de dois anos para atuar combatendo o tráfico de pessoas e propondo políticas públicas. “É a primeira vez que o Amapá ocupa uma vaga, e pra gente vem num momento muito significativo, quando a atenção tem se voltado para o fluxo de venezuelanos e a questão das fronteiras. Pra gente foi uma feliz coincidência e isso tem dado uma atenção maior aos estados que compõem a região norte”, disse Marina Bernardes, coordenadora de Gestão da Política e dos Planos nacionais de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, da Secretaria Nacional de Justiça, órgão do MJSP.

 

De acordo com Marina, existem pessoas que por diversos motivos são mais vulneráveis e acabam caindo em propostas tentadoras que, na verdade, são disfarces desse tipo de crime. “Tem a vulnerabilidade econômica e a social. Embora tenhamos dificuldade para identificar os casos, os dados mostram que essas situações estão aumentando. As redes criminosas se reorganizam a cada momento para driblar os órgãos de segurança”, aponta.

 

A coordenadora alerta que as pessoas sempre devem desconfiar, principalmente, de propostas de trabalho prometendo muito dinheiro e de forma rápida. “Tem que ficar atento aos sinais que antecedem uma situação de tráfico, como por exemplo, sempre desconfiar de propostas de trabalho muito lucrativas ou fáceis, pesquisar bem a empresa que tá oferecendo a oportunidade, entrar em sites, verificar contratos, consultar pessoas que possam te orientar a entender isso e você aceite de forma consciente, evitar tirar cópia de documentos pessoais e deixar em mãos de parentes ou amigos, sempre deixar o endereço, telefone e cidade para onde você tá indo, ter contatos articulados na região, tentar manter contato com os familiares”, orienta.

 

O tráfico de pessoas tem diversos fins. “Segundo a nossa legislação, são cinco as finalidades do tráfico: exploração sexual, exploração laboral de trabalho análogo à escravidão, adoção ilegal, tráfico de órgãos e servidão. Analisando a realidade brasileira nos últimos anos e com auxílio dos nossos dados, a gente vê que as finalidades mais comuns no Brasil são para exploração sexual, nesse caso temos muito recorte de gênero, pois são mais mulheres aliciadas; e para trabalho escravo, geralmente em fazendas ou garimpos”, finalizou.


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