Jari Florestal chama trabalhadores para manutenção da fábrica de celulose e papel
Há um ano parafernália está paralisada; mesmo assim direção da empresa acredita que recuperação acontece em duas ou três semanas, para depois reiniciar produção

Douglas Lima
Editor
O fim de semana é de alvoroço, alegria e esperança no meio das populações de Laranjal e Vitória do Jari, do lado amapaense, e Monte Dourado e Almeirim, no Pará, com o anúncio da retomada parcial, segunda-feira, 21, dos trabalhos de pelo menos 650 do universo de 2.500 funcionários da Jari Florestal, empresa industrial que transforma celulose em papel na região do Vale do Jari, no sul do estado do Amapá, e norte paraense.
Os trabalhos, contudo, serão apenas para a manutenção da fábrica há um ano sem funcionar, em cujo tempo foi objeto de ação de vândalos e saqueadores. A fiação e peças das três caldeiras existentes e do tubo gerador do parque industrial da Jari Florestal estão seriamente comprometidas, segundo informações procedentes do Vale do Jari.
A direção da empresa trabalha com a expectativa de em duas ou três semanas os serviços de manutenção da fábrica serem realizados, para depois, então, chamar os trabalhadores que operam no plantio e derrubada de árvores para obtenção da celulose, a matéria-prima do papel, bem como os operadores das caldeiras e tubo gerador, reiniciando, assim, a produção da fábrica.
“É difícil prever o tempo para essa manutenção. Vai depender do estado em que a fábrica se encontra; as caldeiras têm centenas de equipamentos, mas tomara que isso ocorra mesmo em duas ou três semanas”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel e Celulose dos Estados do Pará e Amapá (Sintracel), Ivanildo Quaresma Uchoa, em contato telefônico à noite desta sexta-feira.
Em duas notas, a direção da Jari Florestal fez chamada aos trabalhadores da empresa que estão há oito meses com salários atrasados; muitos pediram demissão, outros foram demitidos. A primeira chamada foi à tarde de quinta-feira, para avisar da retomada das atividades, e outra, hoje, para efetuar o pagamento atrasado de parte de junho, todo julho, e avisar que doravante a retribuição pelo trabalho será feita três vezes ao mês, de dez em dez dias.
Ivanildo Quaresma Uchoa informou que os oito meses atrasados de salários permanecem no antigo impasse, com a empresa dizendo que não tem dinheiro para honrar o direito trabalhista. “Mas agora recebemos a informação de que o pagamento de todo o atrasado poderá ser feito de uma só parcela, dependendo de aprovação da assembleia de credores da Jari Florestal”, revelou o sindicalista.
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