Cidades

Jornalista Luiz Melo escapa do ‘Golpe do Falso Advogado’

Fraude em que criminosos se passam por advogados ou funcionários de escritórios jurídicos para enganar pessoas — especialmente aquelas com processos na Justiça, precatórios ou Requisições de Pequeno Valor (RPVs)


 

Douglas Lima
Editor

 

O diretor-superintendente do Sistema Diário de Comunicação, jornalista Luiz Melo, foi abordado, via whatsapp, por um elemento que se identificou como doutor Gabriel, comunicando-lhe que saíra decisão judicial referente a um processo do qual ele [Luiz Melo] faz parte – multa judicial de R$18 mil – e que teria que desembolsar certa importância para viabilizar parcelamento [4 vezes] com o pagamento podendo ser feito “pelo código de barras, e até pela chave PIX, o que o senhor acha mais viável para o senhor”.

 

Nem a propósito, a fraude foi assunto de longa matéria, nesse domingo, 26, no Fantástico (Rede Globo).

 

Luiz Melo concebeu estranha a abordagem, de maneira que não mais deu atenção às mensagens do tal doutor Gabriel, que ainda insistiu:  “Após pagamento, só peço que me envie cópia do comprovante para anexar aos outros processos”.

 

A reportagem do Diário do Amapá procurou o Tribunal de Justiça local, que respondeu ter conhecimento do tipo de fraude, qualificando-a como ‘Golpe do Falso Advogado’.

 

 

Um outro procedimento, que tem causado estranheza, é a insistência do oficial de justiça por um quase ‘imediatismo’ em resposta à intimação judicial que entrega – supondo-se a mando do advogado interessado na causa. E, nesse modus operandi, levando a crer não ser o portador verdadeiramente um ‘oficial de justiça’, talvez um funcionário de escritório do advogado – que, supõe-se, pode, ilegalmente, via Justiça, estar tendo acesso a esses documentos, que também configura crime, supõe-se. Cabendo aí, ao intimado, exigir que o portador se identifique para comprovar  a atividade que desempenha.

 

A Secretaria de Comunicação do tribunal também informou que com o objetivo de fortalecer a segurança jurídica, proteger os cidadãos e coibir práticas criminosas, o Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) e a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amapá (OAB-AP) mantém uma campanha permanente de combate e prevenção ao chamado Golpe do Falso Advogado.

 

A ação conjunta do Tjap e OAB busca alertar a população sobre o modo de atuação dos criminosos e oferecer canais oficiais de informação e orientação. A iniciativa inclui a produção de materiais educativos e tutoriais explicativos, além da disponibilização de um link no site do Tjap com informações claras e seguras sobre como identificar e denunciar tentativas de fraude.

 

Juiz André Gonçalves

 

O juiz auxiliar da Presidência do Tjap, André Gonçalves, destaca que a campanha reforça o compromisso institucional com a proteção da sociedade: “O Tribunal de Justiça, em parceria com a OAB/AP, atua de forma contínua para combater esse tipo de golpe e garantir segurança jurídica à população. É fundamental que ninguém seja lesado por criminosos que se passam por advogados”.

 

 

Presidente da OAB/AP, Israel da Graça

 

O presidente da OAB-AP, Israel da Graça Gonçalves, reforça que o trabalho conjunto é essencial para conter o avanço das fraudes: “Tanto cidadãos quanto advogados já foram vítimas desse golpe. Com o apoio do Tjap, estamos ampliando as ações educativas e os canais de comunicação para que a população saiba identificar e denunciar tentativas de fraude”.

 

Como funciona o golpe

O Golpe do Falso Advogado é uma fraude em que criminosos se passam por advogados ou funcionários de escritórios jurídicos para enganar pessoas — especialmente aquelas com processos na Justiça, precatórios ou Requisições de Pequeno Valor (RPVs). Usando dados reais e documentos falsificados com aparência oficial, os golpistas entram em contato por telefone ou aplicativos de mensagens, informando falsamente que a vítima tem valores a receber. Para liberar o suposto pagamento, exigem depósitos ou transferências bancárias imediatas.

 

Print da conversa com o golpista (ligação feita por ele):

 

Documentos falsos enviados pelo golpista:

 

O Tjap e a OAB-AP orientam que nenhum pagamento seja feito sem confirmação direta com o advogado ou com os canais oficiais das instituições. A população pode buscar informações seguras no site do Tribunal e nos canais oficiais da Ordem dos Advogados do Brasil no Amapá.

 


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