Cidades

Juíza ministra curso de aperfeiçoamento em conciliação e mediação de conflitos

O curso abordou temas como: a cultura da paz; a crise da justiça; cultura da sentença e cultura da pacificação, dentre outros temas


O curso de aperfeiçoamento em conciliação e mediação de conflitos encerrou nesta sexta-feira (21) no auditório de uma faculdade particular localizada na Rodovia JK. A capacitação objetivou instrumentalizar magistrados, servidores e colaboradores do Poder Judiciário do Amapá a partir de conhecimentos teóricos e práticos que irão auxiliá-los nas práticas de solução de conflitos.

Realizado pela Escola Judicial do Amapá (Ejap) o curso aconteceu em sintonia com as inovações trazidas pelo novo Código de Processo Civil e a Lei nº 13.140/2015, no que se refere aos métodos autocompositivos. O desembargador João Lages, diretor da Ejap, disse que “apesar de o curso não estar no calendário atual da Ejap, a escola atendeu a uma solicitação do Nupemec por compreender que capacitar magistrados e servidores nesses métodos alternativos de solução de conflitos é fundamental porque eles possuem eficácia para harmonizar o meio social”.

O desembargador ressaltou ainda o perfil da facilitadora, juíza Valéria Ferioli Lagrasta, do Tribunal de Justiça de São Paulo, “nacionalmente conhecida por seu trabalho como magistrada no âmbito da conciliação, possui curso de Formação de Formadores pelo CNJ, é pós-graduada em métodos alternativos de solução de conflitos, com atuação na comarca de Jundiaí-SP e foi premiada pelo ‘Conciliar é Legal’, programa apresentado ao CNJ, o que a torna autoridade máxima nesse assunto”, enfatizou.

Com uma metodologia ativa, Valéria Lagrasta atuou junto a uma plateia de cerca de 100 pessoas, que lotou o auditório. “É um curso de conciliação e mediação mais focado na gestão dos centros judiciários de solução de conflitos e cidadania. É para quem trabalha ou vai trabalhar nesses centros saber como organizar, como capacitar conciliadores e mediadores”, explicou a facilitadora.

“Hoje o foco deve ser a capacitação adequada, porque esses métodos só vão ajudar realmente o Judiciário se os conciliadores e mediadores forem bem treinados, porque não adianta forçarem um acordo, que depois não vai ser cumprido. Por isso é fundamental que os mediadores e conciliadores conheçam bem as técnicas para os acordos dêem resultados, sejam cumpridos e não retornem em forma de execução ou recursos”, enfatizou a juíza Valéria.

O curso abordou temas como: a cultura da paz; a crise da justiça; cultura da sentença e cultura da pacificação; o conflito, seus aspectos e formas de enfrentamento; métodos ativos; tempestade cerebral; características e princípios da conciliação/mediação; estruturação da política judiciária nacional de tratamento adequado de conflitos, entre outros assuntos.
A procuradora geral da Prefeitura de Macapá, Taísa Mendonça, disse que as maiores demandas judiciais da gestão municipal são a execução fiscal e as ações movidas por servidores. “Hoje temos esses dois focos como demandas. Em uma, o município é parte autora, a execução fiscal, que muito nos interessa porque arrecada mais dividendos. Em relação a ser parte ré, em função da crise econômica, a gente tem hoje um grande volume de ações movidas por servidores”.

Segundo a procuradora municipal, uma das razões para participar do curso de “é aprender essas práticas de conciliação e levá-las para a gestão municipal, que está iniciando os procedimentos para instalação de um Cejusc”. As tratativas para esse feito estão em curso junto ao núcleo e “estão evoluindo bastante”, disse a procuradora.

Maria Diocelis é mediadora em formação e atua no Cejusc do Fórum de Macapá, especialmente em processos oriundos das varas de família. “Estou vendo esse curso com muitas e boas expectativas para satisfazer dúvidas que nós temos, porque na prática a gente sempre se depara com situações novas. Isso ocorre porque cada caso é único, e cada curso que a gente assiste traz novidades”, disse a mediadora.

Titular da 1ª Vara de Competência Geral da Comarca de Laranjal do Jari, a juíza Marina Lorena Lustosa Vidal, ressaltou o papel do juiz na conciliação. “O juiz deve integrar o processo, que é sistemático, com um certo protagonismo. Acredito que, se o juiz assim o fizer as soluções serão mais eficazes, mais exitosas e, evidentemente, o problema que está posto será resolvido com mais eficiência”, declarou.


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