Juíza reconsidera decisão de substituto e devolve presidência da UNA a Yury Soledade
Maria Alaíde de Paula entendeu que o presidente, acusado de fraudes na última eleição da entidade, deve permanecer no caso até o julgamento do mérito da ação. Ele havia sido afastado do cargo em janeiro deste ano, por decisão de um juiz substituto.

A juíza titular da 4ª Vara Cível e de Fazenda Pública de Macapá, Maria Alaíde de Paula, determinou o retorno de Yuri Soledade à presidência da União dos Negros do Amapá (UNA). Acusado de fraudes durante a sua eleição, ele estava afastado do cargo desde janeiro deste ano por decisão de um juiz substituto, em caráter liminar. Ouvido na manhã desta quarta-feira (07) por uma equipe do programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) comandada pelo repórter Rodrigo Silva, Yuri falou dos seus planos para recuperar a entidade.

“Está sendo provado que não fiz nada de errado, e vamos provar isso em todas as instâncias; não houve falsificação de qualquer documento. Ora, na decisão que me afastou da presidência o juiz substituto me afastou e mandou investigar, quando o certo é primeiro investigar e depois afastar. Eu acredito na justiça e sei que vou ficar até o final do meu mandato, em 14 de maio de 2019. Inclusive estou mantendo gestões para captar recursos com o objetivo de recuperar a UNA, tirar a entidade dessa situação crítica que vive há tanto tempo; inclusive dois meses atrás eu estive em Brasília e o deputado Marcos Reátegui me atendeu, alocando uma emenda parlamentar no valor de R$ 1 milhão. A gente só esta aguardando a liberação do recurso para intensificar esse trabalho”, relatou.
Acusações
Yuri Soledade é acusado de falsificar uma lista com assinaturas de sócios e não sócios para realizar a assembléia geral que elegeu a chapa dele para a direção da entidade. De acordo com a denúncia, o documento faz parte de um abaixo-assinado para fundamentar um pedido de revitalização da UNA. Em outro processo ele também é acusado pelo Ministério Público (MP/AP) de furto de energia e perturbação do sossego público em eventos da entidade.

Há vários anos a UNA, organização civil que representa o segmento quilombola no Amapá, vem enfrentando sérios problemas, com seu suntuoso prédio no bairro do Laguinho sem manutenção, e acusações graves de irregularidades, que estariam sendo praticadas por sucessivas gestões, entre as quais ausência de prestações de contas e alugueis do espaço para festas particulares. A entidade também teve cortado o fornecimento de energia elétrica por inadimplência, com dívida acumulada junto à Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) de mais de R$ 600 mil.
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