Cidades
Maioria dos médicos formados no Amapá faz especialização em outros estados
Cerca de 50 profissionais já foram graduados pela Unifap. Coordenadora do curso de Medicina diz que o 32º lugar no rankin nacional é resultado da superação das muitas dificuldades enfrentadas, como poucos doutores no corpo docente e falta de espaço físico para o aprendizado.

A coordenadora do curso de Medicina da Universidade Federal do Amapá (Unifap), Maira Tongu, revelou na manhã desta terça-feira (05) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), que a maioria dos médicos formados no Amapá encontra-se atualmente fazendo especialização em outros estados. Ela disse que o 32º lugar no ranking nacional, de acordo com a avaliação do Ministério da Educação (MEC), é resultado da superação das muitas dificuldades enfrentadas, como poucos doutores no corpo docente e falta de espaço físico para o aprendizado.
Segundo Maira Tongu, cerca de 50 médicos já foram formados pela Unifap em apenas oito anos de criação do curso de Medicina, e que a maioria se encontra atualmente fazendo especialização em outros estados. “A maioria dos nossos alunos está em programas de residência médica em outros estados, o que reflete qualidade de ensino daqui. Temos alunos na UnB, Unicamp, no Hospital do Servidor Público de São Paulo e na Unesp, por exemplo. Inclusive ontem eu conversava com dois ex-alunos que estão fazendo especialização no interior de São Paulo, e eles falaram que os professores de lá ficam querendo saber de onde vieram, impressionados com a formação, com a bagagem que eles têm”.
Perguntada se há vagas não preenchidas no curso de Medicina na Unifap, a coordenadora negou: “Não tem vaga ociosa no curso porque quando acontece de alunos saírem transferidos para mais perto de casa nós fazemos um processo seletivo interno, que é o ‘Vestibulinho’ para o preenchimento dessas vagas. Mas as dificuldades que enfrentamos são muitas, há muitos desafios, que passam pela questão de qualificação docente, o pouco espaço disponível de cenários de prática, principalmente em relação à atenção básica, que hoje a gente concorre com outros cursos área de saúde de outras faculdades, mas estamos conseguindo avançar com muita determinação, tanto que temos dois prédios a serem entregues para o curso, onde funcionarão o ambulatório de especialidades e o auditório. Há necessidade de ampliação do espaço física porque o nosso curso começou com 30 alunos e hoje temos 60; a expectativa era de 90 alunos, mas infelizmente a crise não possibilitou essa expansão”.
A médica explicou que o ambulatório de especialidades vai ampliar o atendimento à população: “Atualmente temos uma UBS (Unidade Básica de Saúde) dentro do campus, em parceria com a prefeitura de Macapá, atende todas as áreas de saúde, que faz atendimento secundário e primário dos pacientes, e com o ambulatório teremos melhores condições de fazer esse atendimento, mas para isso é necessário que tenhamos apoio para os cenários de pratica”. Para Maira Tongu o destaque a nível nacional também se deve ao processo pedagógico adotado pelo curso de Medicina da Unifap: “O MEC tem colocado diretrizes curriculares nacionais e Medicina foi o primeiro curso a ter a obrigatoriedade de seguir as diretrizes editadas em 2001, e o nosso processo pedagógico já nasceu dentro dos propósitos dessas diretrizes, que é diferente do modelo tradicional, com o aluno como centro do seu conhecimento e o professor como faciltiador desses conhecimentos, utilizando metodologias ativas; o fato de a gente conseguir fazer o que a diretriz preconiza já é um avanço muito grande avanço em relação às universidades tradicionais. No contexto geral eu atribuo esse sucesso a toda equipe docente, técnicos, enfim, a Universidade como um todo, por causa da superação das dificuldades, porque no papel tudo é muito bonito, muito fácil, mas a execução no dia a dia é bastante difícil”.
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