Cidades

Médico revela que o amapaense não está se cuidando bem

Presidente do Conselho Regional de Medicina, Eduardo Monteiro fala de avanços da medicina no Amapá, no Dia Nacional do Cardiologista.


Douglas Lima

Da Redação

 

Neste 14 de agosto, Dia Nacional do Cardiologista, o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), médico cardiologista Eduardo Monteiro, tranquilizou a população amapaense sobre a existência, no estado, de profissionais competentes para fazerem acompanhamento de pacientes sem necessidade de deslocamento para outro estado, o que acontecia até há bem pouco tempo.

O doutor Eduardo Monteiro falou no programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9). Ele é amapaense formado em medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA), tendo feito Residência em Cardiologia, em São Paulo, de 1978 a 1980, com a equipe do famoso médico, já falecido, Domingos Adib Jatene, do qual depois foi assistente durante cinco anos. Depois disso, por três décadas trabalhou em São Paulo, voltando para o Amapá no ano de 2008.

O presidente do CRM registrou que a cardiologia é uma das áreas na qual o Amapá tem conseguido avançar bastante. Ele citou os exames de cateterismo cardíaco e angioplastia como exemplos de bom atendimento, através de três especialistas: doutores Wilson Alfaia, Bruno e Gleisson Pimentel.

O cardiologista alertou que o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto agudo do miocárdio ainda são as principais causas de morte no mundo, citando que o infarto tem maior incidência nos homens, enquanto as mulheres são mais vulneráveis ao acidente vascular cerebral.

Monteiro apontou o histórico familiar como fator de risco básico para a incidência das doenças cardiovasculares, também constando da lista o tabagismo, exagero no consumo de bebidas alcoólicas, colesterol, sedentarismo e obesidade, entre outros, como o consumo de gordura saturada.

O médico, no programa LuizMeloEntrevista, pontuou que não existe evidência de que a depressão seja fator de risco para doenças cardiovasculares, mas que ela pode comprometer o estado geral do corpo, atingindo a imunidade e, portanto, aumentar o risco de contrair outras doenças, inclusive do coração.

Eduardo Monteiro informou que a incidência de infarto no Amapá é alta, dentro da estatística mundial, mas o que chama a atenção é que a hipertensão arterial também é muito alta no estado. Ele confessou que da média de 14 pacientes diários que atende, mais de 60% deles são portadores de hipertensão arterial sistêmica.

O médico mostrou que a hipertensão tem a ver com o estilo de vida, fatores ambientais e consumo de cloreto de sódio, que é o conhecido sal de cozinha. Segundo revelou, o amapaense consome 12g/dia de sal, quantidade que é o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde. O consumo exagerado de gordura saturada e a obesidade também contribuem para o alto índice da hipertensão arterial entre os amapaenses.

O doutor Eduardo Monteiro recomendou que para a pessoa ter boa saúde, tirando os fatores familiares, é recomendado que por dia dê pelo menos dez mil passos. “Se fizer isso, está resolvido o problema dentro da necessidade de atividade física. Ainda recomendou caminhada de pelo menos 30 minutos três ou cinco vezes por semana. O uso de esteira também foi recomendado.

O especialista observou que é bom não confundir atividade física com exercício físico, e ensinou: “Caminhar, andar, correr, usar esteira são atividades físicas; exercício físico é o tipo de atividade física programada acompanhada por profissional da área”.

O médico alertou que hipertensão arterial não é coisa de velho, apesar de estatísticas dizerem que depois dos 50 anos aumentam as probabilidades de ocorrência do mal, pois hoje é possível encontrar hipertensão arterial, principalmente a secundária, também na infância e adolescência.

Eduardo Monteiro ensinou que a hipertensão é uma doença silenciosa, na maioria das vezes sem sintoma. Por causa disso, há necessidade de quem a sofre de se tomar remédio ao longo da vida. “É uma doença, quando não controlada, que pode levar ao AVC, sendo também fator de risco para o infarto do miocárdio e para a insuficiência renal.”, alertou.

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Amapá mostrou que quando a pessoa é hipertensa e não tem controle, acabando lesando o órgão alvo, no caso o coração, e que quando existe um comprometimento estrutural do músculo cardíaco, é possível ser acompanhado de arritmia.

O doutor Eduardo Monteiro revelou que em que pese todo o avanço da medicina e os recursos de prevenção, o amapaense não está se cuidando bem. Uma mostra disso é que, segundo ele, a incidência de infarto, no estado, está atingindo pessoas com menos idade. Ele testemunhou que no Hospital de Emergência ele já chegou a atender um paciente com apenas 31 anos de idade.


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