Cidades

Mineração não depende só da boa vontade política, mas também da iniciativa privada, diz secretário

Secretário da Mineração mostra, contudo, que realidade não é mais a de quando Icomi atuou no Amapá; hoje, disse, não mais se junta mineração, estrada de ferro e porto numa só atividade econômica


 

Douglas Lima

Editor

 

O secretário estadual de mineração, Mamede Barbosa, disse na manhã desta quarta-feira, 15, que a recuperação do porto de manganês e de minério de ferro de Santana, que se encontra abandonado, depende não só de boa vontade de atores públicos mas também de privados.

 

Construído em 1957, para escoamento de minérios de ferro e manganês extraídos pela Icomi em área de Serra do Navio, mas hoje pertencente à Pedra Branca do Amapari, município criado em 1 de maio de 1992, o porto ruiu em 2013, engolido pelo rio Amazonas.

 

A Icomi, para fazer fluir sobremodo a produção mineral, além de dotar as minas com o melhor da tecnologia da época, erigiu a cidade de Serra do Navio, em estilo americano, construiu uma estrada de ferro para escoamento do manganês e do ferro e o porto em Santana.

 

No LuizMeloEntrevista, Mamede Barbosa mostrou que a Icomi montou o complexo minas/cidade/estrada de ferro/porto, porque só trabalhava com ferro, mas principalmente manganês, o que não é o caso na atualidade, quando não se deve juntar mineração, estrada de ferro e porto para uma só atividade econômica. Ele explicou que cada um desses segmentos tem a sua peculiaridade de forma bem particular.

 

 

“Invisível”

O secretário estadual de mineração, Mamede Barbosa, compara a atividade minerária do ouro no Amapá com a do açaí. Para ele, os dois produtos são elementos utilizados através de uma economia invisível, ou seja, sabe-se que são geradores de grandes riquezas, mas não pagam impostos nem obrigações sociais.

 

Mamede revelou que o batedor de açaí que trabalha com o preparo e venda de uma saca do fruto por dia tem faturamento mensal de seis mil reais, e que há os que trabalham com duas ou mais sacas. “Quer dizer, esse pessoal não paga aluguel, pois trabalha em casa, e também não paga imposto, apesar do negócio que faz ser parte da alimentação diária do amapaense.

 

O titular da mineração mostrou que o ouro é trabalhado à vontade no estado do Amapá, por mineradoras ou não, que faturam enormidade, mas grande parte disso não é taxada, porque o minério sai de avião, tanto que as mineradoras usam heliponto com a finalidade de evadir o minério.

 

Mamede Barbosa informou que assumiu a mineração para executar o programa de resgate do setor elaborado pelo governador Clécio Luís e iniciado pelo antecessor Jotávio Gomes. Ele disse que a sua Secretaria tem o papel de não atrapalhar as grandes mineradoras, para que se instalem dentro da legalidade, sem empecilhos, e ajudar os pequenos mineradores com aplicação de boas práticas, como o controle do mercúrio e laboratórios nas cooperativas.

 


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