Cidades

Moradores do Coração fecham a Duca Serra em protesto contra construção de cemitério

Movimento durou mais de duas horas. Congestionamento obrigou condutores a utilizarem a rodovia JK (Zona Sul) para se dirigirem a Santana e Mazagão. População pede a desapropriação da área para construção de escola de Ensino Fundamental, creche e quadra poliesportiva.


Centenas de moradores do Coração, em Macapá, fecharam na manhã desta quarta-feira (08) a Rodovia Duca Serra (Zona Norte) em protesto contra a construção de um cemitério particular no Distrito. Movimento, que durou mais de duas horas, obrigou os condutores de veículos a utilizarem a Rodovia JK (Zona Sul) para se dirigirem a Santana e Macapá.
Ouvidos por uma equipe de reportagem do programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9), vários manifestantes reclamaram que há informações dando conta de que não foram realizados estudos de impacto ambiental e que o empreendimento vai atender apenas a pessoas de posse, além dos riscos de contaminação do solo e, consequentemente, dos lençóis freáticos em decorrência do churume, com sérios prejuízos à saúde da população, que se utiliza, em sua totalidade, de poços Amazonas e artesianos. Eles reivindicam do governo do estado ou da prefeitura de Macapá a desapropriação da área e construção, no local, de uma escola de Ensino Fundamental, uma creche e uma quadra poliesportiva.
Um dos manifestantes que se identificou como Naldo reclamou do abandono impostos pelo Poder Público ao Distrito: “Essa manifestação é sim contra a construção do cemitério, mas também porque a população é esquecida pelo Poder Público. Nós precisamos de esgoto, saneamento básico, de água de qualidade, quadra poliesportiva, escola e creche, não de cemitério, principalmente desse que estão querendo construir aqui, porque como é particular, só é pra gente rica. Pedimos ao governo e à prefeitura que se compadeçam com a gente e desapropriem a área. E enquanto não tivermos uma resposta positiva nós vamos continuar esse movimento, inclusive voltaremos a fechar a rodovia a partir das 5 horas da tarde, e vamos ficar fazendo isso o tempo todo enquanto não tivermos uma resposta de quem de direito”.
Dona Maria também reclamou: “Nós queremos uma escola de Ensino Fundamental, porque a única escola que tem aqui está caindo aos pedaços, e precisamos de mais escolas, porque nossos filhos estão sendo obrigados a estudar em Macapá e Santana. Cemitério, ainda mais particular, não é coisa que precisamos aqui, mas sim de serviços públicos que atendam às necessidades da população.
 
Desbloqueio
Tão logo tomou conhecimento do movimento a Polícia Militar (PM) enviou várias viaturas ao local. Comandante da operação, o tenente PM Alves Neto negociou com os manifestantes para a liberação de um lado da pista no sentido Macapá-Santana, o que minimizou os transtornos. Ele destacou que por se tratar de uma manifestação pacífica o diálogo: “Mantivemos contato com os responsáveis pela manifestação e pedimos a eles que desobstruíssem parte da via por conta veículos produtos inflamáveis; falamos que o nosso objetivo é proporcionar segurança para todos e eles concordaram em desobstruir a pista no sentido Macapá-Santana. Como se tratou de uma manifestação pacífica o diálogo foi muito facilitado. Mas daqui a pouco eles vão dar uma pausa”, previu, o que de fato ocorreu cerca de uma hora após a entrevista.

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