Movimento nacional em protesto contra Temer une várias categorias de trabalhadores públicos e privados no Amapá
Único setor que não será afetado diretamente é o transporte público, que vai parar apenas no horário das 4h às 8h desta sexta-feira.

Várias categorias de trabalhadores públicos e privados aderiram ao movimento nacional em protesto contra o governo do presidente Michel Temer no Amapá. O único setor que não será afetado diretamente é o transporte público, que vai parar apenas no horário das 4h às 8h desta sexta-feira (09). Conforme explicaram representantes do movimento no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9), a concentração ocorrerá a partir as 9h na Praça das Bandeiras, no Centro de Macapá.
Assessora de Comunicação da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) e uma das lideranças do movimento, a jornalista Naíde Carvalho explicou que entre as propostas do governo está a privatização da Eletrobras, que no entendimento dela precisa ser melhor discutida, mas ela deixou claro que a busca da melhoria dos serviços à população e a garantia dos direitos dos serviços têm que ser priorizadas.
“Pelo menos por enquanto a privatização da Eletrobrás, que inclui a concessão da CEA está mantida para o mês de fevereiro do ano que vem. Eu penso que essa discussão tem muito a ver com a conjuntura nacional e também pode ser impactada pelo movimento também, por isso esse nosso engajamento. Eu falo isso em nome de todos os trabalhadores da Companhia, que têm se empenhado para que haja uma gestão eficiente. Queremos concretizar a proposta de estabilizar financeiramente a CEA, tornando-a uma empresa saudável para garantir melhores serviços à população do estado. Nós estamos trabalhando no sentido de garantir pelo menos a manutenção do sistema elétrico. Eu creio que todos os movimentos políticos impactam a vida de todo mundo, e não é diferente com relação ao setor elétrico não é diferente”, pontuou.
Perguntada se concorda com a afirmação do senador Randolfe Rodrigues (REDE) em discurso na tribuna do Senado nessa quinta (08), amplamente divulgada pela mídia nacional, reclamando que o presidente Temer está desmontando o estado, dando como exemplo a iminente privatização da Eletrobrás, e que ele (Temer) é o presidente mais perverso que o Brasil já teve, Naíde ressaltou: “Concordo inteiramente, e queremos que as classes trabalhadoras vejam que as reformas propostas por Temer têm trazido as maiores mazelas para a população, como a reforma trabalhista, que tem 80% rejeição, a reforma previdenciária, que faz com que os trabalhadores exerçam as suas atividades com extremado sacrifício e perca direitos na aposentadoria.
Exatamente por isso quero chamar toda a sociedade e dizer que eu tenho certeza que todos nós queremos serviços públicos de qualidade, educação, segurança e saúde de qualidade, por isso a importância da participação popular maciça na paralisação que acontece nesta sexta-feira”.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários Genival Cruz também falou sobre o movimento: “Essa sexta, 10, é um dia muito importante para o Brasil todo. Estamos organizando essa paralisação desde o mês passado, para ecoar a insatisfação de todas as classes trabalhadoras e protestar contra a retirada de vários direitos nas reformas trabalhista, tributária e da previdência. E estamos fazendo esse protesto sem qualquer prejuízo à população, tanto que os rodoviários vão parar só das 4h às 8h, sem afetar, portanto, o transporte coletivo. Já a partir das 9h haverá a concentração na Praça das Bandeiras. É um movimento muito forte, que tem a participação de centrais sindicais, sindicatos, associações de classe, todos os movimentos sociais, partidos de esquerda, enfim, várias classes trabalhadoras unidas em defesa dos direitos da população como um todo”.
“Farinha e lixo do mesmo saco”
Segundo Genival Cruz, o governo do presidente Temer defende o capital em detrimento dos trabalhadores: “Nenhuma das propostas do Michel Temer serve para os trabalhadores. Na realidade ele está defendendo apenas interesses do capital, principalmente da Fiesp. Esse negócio de dizer que ele está fazendo isso para gerar empregos é tudo conversa fiada; esse negócio de dizer que as privatizações são para garantir serviços de qualidade é balela, porque não vai resolver os problemas do país; pelo contrário, porque vai é retirar direitos; é um ataque à população, principalmente a população mais pobre. O que o governo tem feito na área de segurança? Estamos vivendo pior que guerra civil, e isso acontece porque esse dinheiro que deveria ir para a segurança pública, para a educação e para a saúde está indo pros banqueiros, pro capital estrangeiro. A situação é gravíssima, a crise econômica é extremamente grave e quem sofre as conseqüência é a população. Na realidade tudo continua farinha e lixo do mesmo saco”.
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