Cidades

MPF recomenda Executivo que não faça uso indevido de recursos federais

O Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP) está recomendando ao governador Waldez Góes (PDT) que se abstenha de utilizar recursos federais vinculados a programas sociais para o pagamento de dívidas diversas da finalidade a que são destinados.



No documento, o MPF orienta que os valores já utilizados indevidamente para pagar duodécimos e outras dívidas, no montante de R$ 4,2 milhões, sejam devolvidos aos cofres da União dentro de 60 dias.

De acordo com o Ministério Público Fedwral, a irregularidade foi comunicada pela Controladoria-Geral da União (CGU). O órgão relatou que verbas depositadas em contas específicas do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) foram bloqueadas pelo Judiciário e os valores empregados no
 pagamento de medidas judiciais resultantes de ações em trâmite no Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) e no Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8).

O MPF adverte que a utilização de recursos provenientes de transferências voluntárias em finalidade diversa da pactuada é expressamente vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000). O emprego de verbas federais oriundas de transferências voluntárias (convênios e contratos de repasse) e automáticas – dos Programas Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e de Transporte Escolar (PNATE) e outros do FNDE – para o pagamento de duodécimos devidos aos demais poderes e órgãos estaduais autônomos também viola o artigo 167 da Constituição Federal.

A instituição alerta que utilizar os recursos do PNATE em desacordo com os critérios estabelecidos para a execução do programa autoriza o FNDE a suspender os repasses. O mesmo pode ocorrer com recursos do PNAE, se constatadas irregularidades.

O MPF/AP recomenda ao Executivo adotar providências para evitar a ocorrência de novos bloqueios e transferências das verbas federais para o pagamento de duodécimos ou de quaisquer outras dívidas. Caso isso ocorra, a autoridade responsável pela ordem de bloqueio ou transferência deve ser imediatamente comunicada a respeito da origem das verbas e da impossibilidade de utilização dos recursos para finalidade diversa da prevista. O fato deve ser igualmente comunicado ao MPF/AP e à CGU.

O governador tem 10 dias para informar ao Ministério Público Federal no Amapá como pretende solucionar as irregularidades apontadas. O descumprimento da recomendação pode implicar em medidas administrativas e ações judiciais.

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