Pacientes com distúrbio na gravidez recebem atendimento especializado
Na gravidez molar, a placenta e o feto não se desenvolvem adequadamente e surge um tumor. Entre 2017 e 2018 número de casos aumentou 305 no Amapá%.
Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML) criou um ambulatório para pacientes que sofrem de gravidez molar, distúrbio raro que ocorre em duas ou três de cada 1000 gestações segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
A ginecologista Nirce Carvalho explica que a mola é um distúrbio da gravidez em que a placenta e o feto não se desenvolvem adequadamente e surge um tumor, que na maioria dos casos é benigno, conhecido como mola.
Isso é causado por um desequilíbrio genético que pode ocorrer quando um óvulo é fecundado por dois espermatozoides ou quando o óvulo não tem material genético suficiente, em uma gravidez normal. O óvulo fertilizado contém 23 cromossomos do pai e 23 da mãe, no caso da gravidez molar, o embrião não possui todos os pares de cromossomos.
Há duas modalidades de mola: a completa e a parcial. A mola completa é quando o feto não chegou a se desenvolver, existe apenas a placenta e o tumor, já na parcial existe o feto parcialmente desenvolvido, a placenta e o tumor.
“Quando deveria acontecer o desenvolvimento do bebê é a mola que se desenvolve. Nos casos em que há a presença do feto, ele sempre vai a óbito”, completa Nirce Carvalho.
Em 2017 foram 19 atendimentos no Hospital da Mulher Mãe Luzia, em 2018 esse número subiu para 58, representando um aumento de 305%. Se não tratada a gravidez molar pode ser fatal para a mulher, pela hemorragia e anemia causadas pelo sangramento excessivo, alerta a ginecologista.
Diagnóstico
O diagnóstico acontece principalmente através da ultrassonografia, onde é detectada a presença do tumor, e em outras, casos quando o abdômen tem um crescimento anormal e muito rápido, não combinando com a idade gestacional. Outros sintomas são os níveis elevados de Beta HCG, enjôo e vômitos intensos e sangramento.
Não existem fatores que possam gerar uma pré-disposição à doença, nem uma faixa etária de maior risco. Pode afetar tanto mulheres que já engravidaram antes quanto aquelas que estão na sua primeira gestação.
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