Cidades

Profissionais do Covid Santana aprendem expressões de etnias indígenas para acolher pacientes

Professores da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) que conhecem as línguas ensinam profissionais da saúde que atuam no Centro Covid.


Por Hélmiton Prateado

 

O cuidado que os profissionais de saúde do Centro Covid-19 de Santana têm para com os pacientes supera até a barreira das línguas. Eles estão aprendendo expressões de etnias diversas para se comunicarem com indígenas que são internados na unidade para serem curados da infecção.

 

A psicóloga Josiely da Silva Machado aprendeu algumas expressões essa semana para se comunicar com a indígena Tãti Waiana Apalai, 46 anos, que está internada na unidade. “Tivemos a ajuda dos profissionais da Casai (Casa de Apoio à Saúde Indígena) que têm contato com essas etnias e suas famílias e nos ensinam”, explica. A principal colaboradora dessa iniciativa foi a professora Josinete de Oliveira, que trabalha na Casai de Macapá e conhece a família da indígena e a aldeia.

 

Tãti é da aldeia Maxiporimo, etnia Apalai, que fica no município de Almeirim, no Nordeste do Pará. A proximidade com o Rio Amazonas garante mais acesso ao Amapá do que se fossem levados para Belém. A índia de 46 anos chegou à unidade dia 23 de setembro com um quadro agudo de Covid-19 e precisou ser intubada. Dia 14 desse mês ela foi extubada e ainda se recupera das sequelas do Covid-19.

 

“A professora Josinete nos ensinou algumas expressões e frases para ajudar a paciente Tãti a se sentir mais abraçada, acolhida pela equipe. Acima de tudo se sentir mais tranquila no ambiente hospitalar”, explica a psicóloga Josiely Machado.

 

Marlúcia Milhomem é psicóloga e da equipe multiprofissional e de humanização do Centro Covid-19 de Santana. Ela explica que há sempre uma preocupação dos profissionais em reduzir o estresse que o ambiente hospitalar provoca nos pacientes.

 

“Coisas simples como uma alimentação natural como a que estão acostumados, uma frase de acolhimento, uma oração engrandecedora, uma comemoração pela vitória no tratamento. São coisas que implementamos sempre para dar força aos nossos pacientes”, ressalta.

 

O diretor-geral da unidade, André Franco Ribeiro, explica que as equipes são orientadas a buscar ao máximo conceitos de humanização para aplicar aos pacientes. “O sucesso de um tratamento passa por medidas de assistência médica, mas também por conceitos de bem estar global e a humanização é a base de tudo”, finaliza.


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