Cidades

Projeções apontam para começo da queda epidemiológica em junho no Amapá

Pesquisador Patrício Almeida concede entrevista que caiu como um alento para a população, que precisa continuar ajudando a achatar a curva epidemiológica.


Cleber Barbosa 
Da Redação

 

O pesquisador amapaense Patrício Almeida concedeu entrevista ao programa Café com Notícia desta terça-feira (26) na rádio Diário FM (90,9) para fazer uma projeção sobre quando a curva epidemiológica da pandemia de Covid-19 deve começar a baixar no Amapá. Esses índices devem diminuir a partir de junho, pois o pico identificado pelo Comitê Científico de Enfrentamento ao Covid aconteceu no dia 21 de maio, porém a população continua sendo instada a ajudar fazendo o distanciamento domiciliar.

 

Enfermeiro por formação, mas também um destacado pesquisador, o especialista disse que se trata de uma possibilidade de previsão a partir da análise de alguns indicadores de casos confirmados.

 

“A gente sabe que existe um grande número de exames represados junto ao Instituto Evandro Chagas e no Laboratório Central de Saúde Pública do Amapá devido à grande procura, pelo volume grande de novos casos”, disse.

 

Ele disse que existe um perfil, a partir do pico pandêmico local, que está sendo usado nesse modelo de avaliação que ele coordena.

 

“Geralmente a gente utiliza a lógica de que a cada seis semanas posteriores nós teremos o que a gente chama de pico baseado no comportamento que a gente tem em comum dentro das epidemias associadas às transmissões de ordem viral, como o vírus as Sars e Covid-19 agora”, disse.

 

O pesquisador reforçou a importância de ser seguido o protocolo terapêutico coordenado pelo Comitê Médico de Enfrentamento ao Covid no Amapá, dentro da estratégia de atenção básica e tratamento precoce.

 

Ainda de acordo com as projeções e estabulações do especialista, o pico em Macapá deu-se no dia 15 de maio, com perfil de estado, pois praticamente 65% da população do Amapá está concentrada na capital.

 

“O nosso pico foi no dia 21 de maio com perfil de platô, que é quando você vai ter uma manutenção inicial com grandes casos e depois você vai ter o que se chama de descendência ou queda, que como qualquer doença viral tem a ascendência exponencial, daí a ótica que a gerente tinha do isolamento social para promover o achatamento da curva, mas no entanto a comunidade não contribuiu nesse aspecto”, pondera.

 

Por fim, o pesquisador explicou que existe um parâmetro utilizado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, de que para cada grupo de 100 mil casos confirmados existem 35 novos casos já infectados.

 

“Isso significa que não são pessoas doentes, a maioria, 85% que não vai testar esses sintomas, não vai apresentar os sintomas comuns já conhecidos, mas pode ser um bom transmissor, que transmite para outras pessoas em ambiente domiciliar e dessas em torno de 10% sim e desses 5% pode evoluir para a fase grave da doença”, detalha.

 

Num universo do contingente populacional do Amapá, estimada em 800 mil habitantes, Patrício Almeida diz que essa projeção de 10% representa um número muito preocupante de pessoas com a doença e impactando fortemente a capacidade de resposta e tratamento.


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