“Quando sair o primeiro barril de petróleo do Amapá, estaremos prontos com nosso terminal”
Presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, concede entrevista ao Diário do Amapá, oportunidade em que detalha os planos da empresa para não apenas instalar uma estrutura para apoiar as pesquisas, mas transformar o Amapá num entreposto logístico ao Norte do Brasil.

Cleber Barbosa
Da Redação
Diário do Amapá – Presidente, quando se fala em petróleo, muita gente pensa apenas nas plataformas no mar. Mas a operação concreta acontece mesmo é em terra firme. O que o senhor poderia dizer às famílias que nos acompanham agora sobre as demandas que a Transpetro espera ter atendidas aqui no Amapá?
Sergio Bacci – Olha, é um prazer estar no Amapá e reencontrar meu amigo Josiel. Tivemos uma reunião muito produtiva no Sebrae. A Transpetro é o braço logístico da Petrobras. A Petrobras produz o petróleo no alto-mar, mas quem traz esse petróleo para o continente é a Transpetro.
Diário – Apoio de transporte?
Sergio Bacci – Nós transportamos o petróleo para as refinarias ou para exportação. Nosso papel é garantir que toda essa produção chegue em terra. Não adianta produzir no mar se não houver logística eficiente para escoar. Estamos iniciando uma caminhada que não é de curto prazo. Quando sair o primeiro petróleo da Margem Equatorial, estaremos prontos com nosso terminal para garantir toda a logística — fazendo o Amapá crescer, o Brasil crescer e fortalecendo o sistema Petrobras.
Diário – Para estruturar um terminal da Transpetro no estado, quais são os requisitos básicos?
Sergio Bacci – Para existir um terminal, primeiro precisamos confirmar a prospecção — descobrir e comprovar a existência de uma bacia de petróleo viável. Sem isso, não faz sentido instalar uma estrutura. Sabemos que há grande potencial, já que estamos ao lado da Guiana, que já explora a região. Os requisitos são claros: precisamos de um calado de 17 a 20 metros, pois os navios chegam cheios, são grandes. Precisamos também de uma área de 5 a 10 hectares para instalar as tancagens e permitir expansão futura.
Diário – Desafios logísticos.
Sergio Bacci – Outro ponto é o acesso terrestre — rodovias que permitam o transporte de equipamentos e insumos. O governador já nos apontou áreas possíveis, e vamos iniciar as visitas. Depois disso, fazemos os cálculos de viabilidade e seguimos para levantamentos topográficos, licenças e toda a tramitação normal.
Diário – O que vem depois?
Sergio Bacci – Essa fase inicial é essencial para mostrar que o sistema Petrobras estará no Amapá e para garantir um local adequado para o escoamento do petróleo que será encontrado na Margem Equatorial. Quero ainda agradecer à presidente Magda, que me autorizou vir ao estado, e ao governador, cujo esforço foi fundamental para a obtenção de licenças do Ibama. Tenho certeza de que a exploração e a futura extração mudarão o patamar do estado.
Diário – Presidente, além da localização estratégica, o Amapá conta com incentivos fiscais, como Zona Franca Verde e ZPE. Isso também entra no planejamento estratégico da Transpetro?
Sergio Bacci – Quem se apropria diretamente desses incentivos são as empresas que prestam serviços ao sistema Petrobras, por exemplo, pelo Repetro. Mas quero destacar algo importante: a Transpetro está presente em 48 municípios brasileiros. Em São Caetano do Sul, por exemplo, nosso terminal arrecada mais impostos para o município do que a própria General Motors. Isso significa que, além dos benefícios fiscais para empresas parceiras, a própria Transpetro contribui diretamente para o desenvolvimento econômico dos municípios onde se instala. No Amapá, não será diferente.
Diário – Muito obrigado pela entrevista, presidente.
Sergio Bacci – Eu que agradeço.
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