Cidades

Quarentena atenta para a saúde mental de todos, especialmente autistas, alerta especialista

Mayana Laderda, que é psicóloga, vai ao rádio e explica detalhes sobre o impacto que a pandemia da Covid tem causado em crianças especiais segregadas em casa.


Cleber Barbosa
Da Redação

 

A psicóloga Mayana Lacerda, especialista em psicologia infantil e autismo, concedeu entrevista nesta terça-feira (04) ao programa Café com Notícia, na rádio Diário FM (90,9), sobre o acompanhamento de crianças autistas nestes tempos de pandemia. Se para pais e demais familiares o estresse e a ansiedade gerados pelo isolamento residencial são marcantes, para portadores da síndrome do espectro autista, isso é potencializado ainda mais.

 

Ela explicou que todos precisam se apropriar mais sobre o tema e as peculiaridades dessa população.

 

“Elas precisam ainda mais do estabelecimento de rotinas do que as outras pessoas consideradas típicas, então uma vez que tudo mudou, a escola parou, as atividades normais, terapias, enfim, tudo aquilo que eles estavam programados para fazer todos os dias sendo interrompido levou a uma mudança de comportamento muito grande”, explica a especialista.

 

Mayana explica que essas crianças acabam não entendendo o que está acontecendo, mas algumas dependendo da idade e do nível de dificuldade de comunicação conseguem entender que existe um vírus, uma doença, enfim e que as pessoas não podem sair de casa. Mas são exatamente aquelas que não tem esse nível de compreensão é que mais preocupa e requer muito mais dedicação e orientação dos pais ou responsáveis.

A própria alteração na rotina dos pais, que passaram a ficar mais em casa, trabalhar em home office, a vedação de realizar atividades externas, tudo acaba afetando uma rotina que também são das crianças autistas.

 

“Então a pandemia foi um risco à saúde mental de todos e das crianças como consequência, pois esse período prolongado em casa acaba contribuindo para que os responsáveis pudessem observar outros comportamentos antes não percebidos”.

 

Dada as dificuldades para elas em manifestarem seus sentimentos e inquietações, de verbalizar isso, acabam manifestando tudo isso por meio de comportamentos, inquietações.

 

“Aí vêm as estereotipias, que são os movimentos repetitivos, gestos com as mãos, caminhar na ponta dos pés, o balanço ou até a produção de sons para se acalmar, então é importante todos entenderem o que está acontecendo e ajuda-las”, completou recomendando o estabelecimento minimamente de rotinas, a previsibilidade que essas crianças tanto precisam.


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