Se mantida, greve dos caminhoneiros será sentida com força a partir da próxima semana no Amapá
Um dos setores que devem demostrar os primeiros sinais de desabastecimento é o de hortifruti

Elden Carlos
Da Redação
A greve dos caminhoneiros – que entrou no quarto dia nesta quinta-feira (24) – tem provocado sérios problemas em todo o país, principalmente, o desabastecimento de combustíveis e de alimentos em diversos estados.
Alimentos
Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial do Amapá (ACIA), empresário Jaime Nunes, os impactos da greve nacional já começam a ser sentidos no estado. Se a greve persistir pelos próximos dias, Jaime Nunes prevê que a partir de segunda-feira (28) o setor de hortifruti materialize a crise com a falta de legumes e verduras nas prateleiras dos supermercados.
“Já estamos comprometidos com o reposicionamento de estoque. Balsas que deveriam ter seguido para o Amapá estão represadas em portos do Pará e outros estados. Em média, a reposição é feita em 15 dias, ou seja, as mercadoria que saem de diversas regiões do país, levam cerca de duas semanas para chegar ao nosso estado, enquanto que no Pará o estoque é resposto em seis dias. Se a situação se manter, teremos sérios problemas a partir da próxima semana no Amapá”, revelou.
Transporte aéreo
A superintendente da Infraero no Amapá, Keila Moraes, afirmou ao Diário que as operações de voo no estado seguem normalmente, e que existe combustível de aviação suficiente para os próximos dias. Qualquer alteração deverá ser comunicada pela Infraero.
Transporte terrestre
O diretor-presidente da Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMac), Andre Lima, disse que em reunião nesta quinta-feira com representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap), ficou acordado a redução de 30% da frota de ônibus nos chamados horários de ‘pico’, e 50% durante os horários normais.
A medida é necessária, segundo ele, para evitar que um possível colapso ocorra no sistema, caso a greve nacional perdure. A frota será mantida em 70% nos horários entre 6h e 8h da manhã, 12h às 14h e 18h às 20h.

Combustível
Representante do Sindicato dos Revendedores de Biocombustíveis no Amapá (Sindipostos), Rodrigo Utzig, disse que, por enquanto, o sistema no Amapá ainda não está comprometido, mas admite que possa haver, sim, uma possível escassez do diesel e gasolina, caso a greve se arraste.
Ele disse que o ‘frenesi’ provocado pela informação de que os postos estariam sem combustível, e pelo aumento da demanda provocado por isso, poderá fazer com que o estoque seja consumido mais rapidamente, o que agravaria a situação se a greve não for suspensa no país. Em alguns postos da capital o litro da gasolina bateu os R$ 4,40.
Segurança pública
O secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, coronel Carlos Souza, anunciou nesta quinta-feira que os serviços de patrulhamento ostensivo serão mantidos, e que para garantir o atendimento à população os trabalhos administrativos – que dependem de veículos – foram suspensos temporariamente.
O coronel, no entanto, lembrou que em caso de elasticidade do período de greve haverá a montagem de novas estratégias, e que isso poderá fazer com que as viaturas sejam utilizadas apenas no emprego do atendimento de ocorrências, suspendendo o patrulhamento diário.
Estado
Em nota o Governo do Amapá disse estar monitorando a situação do fornecimento de combustíveis, e que a ação, preventiva, visa garantir que os serviços essenciais não sofram descontinuidade por falta de combustível.
“O secretário adjunto de logística da Secretaria de Estado da Administração (Sead), José Marlúcio Alcântara, explicou que, segundo informações do representante da distribuidora de combustível que presta serviço ao Estado, até o momento não se tem indicativos de que o Amapá será afetado pelos movimentos de paralisação dos caminhoneiros, no que tange a distribuição do produto”, diz um trecho a nota.
Alcântara explicou que a logística é feita por meio de balsas. “O fornecimento para o Estado do Amapá se dá através de balsa que abastecem diretamente na refinaria em Manaus, com armazenamento em Santana, por esse motivo, o risco de faltar o líquido é muito baixo”, conclui a nota.
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