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Setrap retoma obras de acesso em ponte e faz abertura de sindicância

Segundo a secretaria, uma sucessão de outras pendências, somadas as obras que estão sendo feitas para o acesso oneraram a obra em R$ 32 milhões. Um termo aditivo para corrigir as falhas teria sido feito pela Setrap. A Procuradoria Geral do Estado (PGE) será acionada para as providências jurídicas que a sindicância apontar.


A Secretaria de Estado de Transportes (Setrap) anunciou que vai abrir sindicância interna para apurar os erros no projeto executivo da ponte sobre o Rio Matapi cuja construção fora do eixo da Rodovia AP-010 foi autorizada na gestão do ex-governador Camilo Capiberibe (2011-2014), do PSB.

Segundo a secretaria, uma sucessão de outras pendências, somadas as obras que estão sendo feitas para o acesso oneraram a obra em R$ 32 milhões. Um termo aditivo para corrigir as falhas teria sido feito pela Setrap. A Procuradoria Geral do Estado (PGE) será acionada para as providências jurídicas que a sindicância apontar.

De acordo com a Setrap, o projeto de construção da ponte sobre o Rio Matapi faz parte de um conjunto de obras do Plano Rodoviário do Amapá, criado pelo governador Waldez Góes (PDT), durante seu segundo mandato. Em 2010, o projeto teria sido deixado pronto e com recurso em caixa para ser executado já na gestão do ex-governador Camilo Capiberibe, porém a obra só foi iniciada em 2013.

Nas redes sociais, o ex-governador Camilo disse que o projeto era de ponte estaiada, que custarial ao final mais de R$ 150 milhões, daí ele ter decidido pela mudança no projeto e afirmado que o custo final da ponte construída chegaria no máximo a R$ 130 milhões.

A Setrap acusa que o valor inicial da obra era de R$ 86 milhões, mas foi onerada em R$ 20 milhões, em agosto de 2014, aumentando o valor para R$ 106 milhões através de um aditivo feito junto ao Consórcio Equador. Os recursos para a obra são oriundos de um financiamento do GEA com o Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES).

A empresa CR Almeida, que era parte do consórcio, teria deixado de receber os pagamentos referentes ao período de agosto a dezembro de 2014, totalizando R$ 25,3 milhões, dívida que foi quitada pela atual gestão.

Em dezembro de 2015, o Consórcio Equador e a Setrap emitiram termo de recebimento provisório da obra, depois de realizar o pagamento de todas as medições da ponte, que corresponde a R$ 53,6 milhões. Outros R$ 18,9 milhões foram desembolsados para as obras de acesso, que corrigiria o erro de engenharia autorizado na gestão de Capiberibe. Como reflexo desses erros, o valor global da obra estaria onerado em mais de R$ 32 milhões.

“Vamos responsabilizar os que provocaram essa falha administrativa e de execução do projeto de engenharia, causando atraso na entrega da obra, e provocando mais gastos com projetos complementares”, reforçou o secretário de Transportes, Jorge Amanajás (PPS).

As obras de acesso à ponte foram retomadas pela Setrap no fim de maio e envolvem a terraplanagem do acesso principal que interligará a rodovia à cabeceira da ponte. A Setrap informa que esta etapa foi concluída nas seis alças viárias que interligam a estrada com o complexo de empresas que estão instaladas às margens do Rio Matapi.

“É um procedimento que exige um processo de compactação do solo, pois o trecho está em uma área alagada e as chuvas atrasaram bastante os serviços. Após a conclusão, iremos trabalhar na rotatória da rodovia e na pavimentação asfáltica e sinalização”, explicou Amanajás.

Em razão da intensidade do período de chuvas, a Setrap estima que as obras de acesso sejam concluídas até setembro deste ano, prazo estipulado em contrato com o Consórcio Equador que executa as obras.

Após a conclusão das obras de acesso, a ponte será pavimentada e receberá sinalização e iluminação. A edificação terá 612 metros de comprimento. O projeto é composto por cinco vãos de 38 metros. Três ficarão posicionados no lado de Santana e dois em Mazagão. O vão central, que vai permitir navegação embaixo da ponte, tem 50 metros de largura por 25 metros de altura.


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