Trabalhadores da noite querem acabar com festas clandestinas
Associação da categoria promete campanhas educativas para evitar presença de menores em festas e pedem que legislação sobre funcionamento de bares e restaurantes seja revista

Em entrevista concedida com exclusividade ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) na manhã desta quinta-feira (08) o presidente da Associação dos trabalhadores da Noite no Amapá (Astenap), Cleber Felipe Castro, reclamou da realização de festas ‘Raves’ em Macapá, que têm sido responsáveis por vários transtornos, inclusive mortes por causa do consumo excessivo de álcool e drogas pelos participantes, na maioria menores. Ele quer, também, que a Câmara de Vereadores elabore uma nova legislação para o funcionamento de bares e boates, que no entender dele, está defasada.
Segundo Cleber, a categoria enfrenta uma crise sem precedentes, com a intensificação das fiscalizações por conta do avanço de festas clandestinas com livre consumo de bebidas e drogas por menores, mas ele diz que concorda e até incentiva essa fiscalização, mas pede sua intensificação junto a quem atua na clandestinidade:
– Estamos passando por tormenta, com essa crise que assola o país, com efeitos ainda mais impactantes no Amapá, mas sabemos que sempre depois vem a bonança; estamos sempre dispostos a dialogar com as autoridades em busca de um denominador comum; não temos nenhum receio com relação à fiscalização, que sempre vai ter que ter, mas se está tudo legal não tem porque temer; inclusive estamos trabalhando junto aos associados para ajudar os órgãos de fiscalização; o problema maior são as festas clandestinas, que têm aumentado, inclusive causando mortes; são festas que duram 48 horas, 72 horas, sem qualquer autorização; já estamos até pedindo a esses amigos trabalhadores que procurem a associação para que juntos encontremos os meios legais para que se regularizem, porque nós, que estamos regularizados é que estamos pagando por essa situação – reclamou.
O presidente da Astenap pediu, também, maior empenho por parte dos vereadores para que a legislação sobre o funcionamento de bares e boates seja revista: “Estamos nos empenhando para que a Câmara Municipal faça adequações da lei à realidade atual, porque a lei em vigor está muito defasada, tanto que ela ainda fala sobre funcionamento de bingos, que hoje é proibido em todo o país; para isso já temos a garantia de apoio integral do vereador Gean do Nae, que abraçou a causa”.
Campanha educativa
Cleber anunciou uma grande campanha educativa junto aos associados e à população em geral sobre o funcionamento dos bares e restaurantes, tendo como foco, principalmente, a coibição da entrada de menores nos estabelecimentos: “Estamos elaborando uma grande campanha educativa não só junto aos donos de empreendimentos, como também junto aos pais de adolescentes, no sentido de evitar que menores participem de eventos voltados para o público adulto, como também esclarecer a todos sobre a necessidade de não sair de casa sem portar a carteira de identidade; essa campanha educativa é necessária porque infelizmente nem todos assimilaram, ou não quiseram assimilar ainda que a posse da carteira de identidade é obrigatória, e nesse caso ajuda não apenas os estabelecimentos da noite, como também a fiscalização e os próprios pais e responsáveis”.
Também presente no estúdio do programa LuizMeloEntrevista, André Kajarana, que faz parte da diretoria da associação, reclamou do rigor da fiscalização no que diz respeito a denúncias que em sua maioria são infundadas: “As casas de shows são fiscalizadas pelos órgãos públicos, pela área ambiental, principalmente na questão da acústica; quem libera o documento que autoriza o funcionamento é a Polícia Ambiental, que faz toda uma vistoria; na maioria das vezes quando acontece denúncia de poluição sonora não é causada por bares e boates, mas sim por sonorização volante, de carros, muitas vezes com grandes aparelhagens, mas quase sempre quem leva a culpa somos nós, por isso tem que haver mais critérios nessa fiscalização”.
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