Cidades
União promete liberar área para o Hospital do Câncer em 10 dias
Unidade Avançada do Hospital de Barreto será construída em um terreno localizado na margem da Rodovia Norte-Sul

A Secretaria do Patrimônio da União (SPU), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, deverá publicar em 10 dias a Portaria de doação de uma área de três hectares localizada na Rodovia Norte-Sul para a construção da Unidade Avançada do Hospital do Câncer de Barretos. A informação foi repassada pelo diretor do Departamento de Capitalização da SPU Antônio Roberto ao senador João Capiberibe (PSB), que tornou pública com exclusividade no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) na manhã desta quinta-feira (14).
A área, de propriedade da União, foi escolhida para a construção do hospital por sua localização privilegiada para o acesso da carreta de diagnóstico itinerante aos municípios de Mazagão e Santana, através da Rodovia AP-440, e aos demais municípios pelas BR-156 e 210. As tratativas para a doação da área foram feitas pelo governador Waldez Góes (PDT) em trabalho conjunto com a bancada federal, que disponibilizou R$ 1,9 milhão em emendas particulares, que já foram depositados em conta bancária do Hospital de Barretos, que aguarda a liberação da área para realizar a licitação da obra.
“Eu e a deputada Janete (PSB) tivemos uma audiência ontem com a secretária adjunta Roberta Garcia e o diretor do Departamento de Capitalização da SPU, e recebemos a informação de que o jurídico da secretaria já aprovou o projeto e que a Portaria de doação da área será publicada em até 10 dias. Ele me garantiu que no prazo de 10 dias a Portaria será publicado, o que permitirá que o Hospital do Câncer de Barretos realize de imediato a licitação para a construção da obra, porque o dinheiro já está na conta da instituição, fruto de emendas parlamentares da bancada”, relatou.
O senador destacou o trabalho de união entre o governo e a bancada federal para a concretização desse projeto: “Esse é o resultado do trabalho feito em conjunto visando interesses coletivos da população; 11 dos nove parlamentares da bancada fizemos uma coleta, formando R$ 1,9 milhão, que já está no caixa do hospital desde novembro do ano passado, e desde então estamos trabalhando para desembaraçar a área da Rodovia Norte-Sul, que o governador Waldez Góes pediu da União; agora não tem mais embaraço e a Unidade Avançada agora vai ser realidade”.
Capiberibe também falou sobre a construção do Hospital Universitário: “As obras do HU estão avançando a todo vapor, e no sábado a bancada vai visitar a obra, que já garantimos a liberação de R$ 42 milhões de um total de R$ 100 milhões através de emenda de bancada. E não posso deixar de parabenizar toda a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Amapá (Unifap) por figurar entre os 30 melhores cursos de Medicina do Brasil; isso é muito importante para o Amapá, estimula a bancada, nos leva ainda mais à unidade para viabilizarmos projetos coletivos vitais para a população”.
Exploração da Renca
Perguntado se é a favor da extinção da Reserva Mineral do Cobre e Associadas (Renca) para permitir a exploração de minérios, Capiberibe disse que não: “Não se pode ignorar que se trata de uma reserva mineral criada em 1984 para que fosse pesquisada pelo governo, através da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), mas de lã para cá infelizmente o governo não fiscalizou aquele polígono de 4,6 milhões de hectares que sofreu muitas invasões e surgiram pelo menos duas terras indígenas e oito áreas de reserva ambiental. Logicamente a atividade mineraria vai impactar negativamente as populações locais, lembrando que as experiências anteriores no Amapá não foram boas, por causa da degradação ambiental e dos problemas sociais criados pela exploração de minérios”.
Questionado se em vez de emitir opiniões contrários à exploração de minérios, o políticos não poderiam viabilizá-la de forma racional, considerando que pode ser uma atividade de grande potencial econômico, Capiberibe recuou e defendeu a estruturação do setor mineral e de outros segmentos produtivos para que a exploração das riquezas naturais seja feita de forma duradoura e sustentável, inclusive de forma consorciada com a industrialização, evitando o que já aconteceu anteriormente em que grandes empresas retiraram minérios que, em estado bruto, foram levados para outros países, sem qualquer compensação para o Amapá:
– Na verdade eu não sou contra, sou favorável à mineração desde que seja feita com algumas preocupações, porque além dos impactos ambientais, tem os sociais; não pode ser de curto prazo, precisamos de atividades econômicas de longo prazo; temos que desenvolver o Amapá sem descuidar da preservação, como a produção da polpa do açaí, que é o segundo item na exportação, e é uma atividade que está apenas começando, mas vai durar a vida toda; dessa mesma forma temos que agir com relação a outros produtos da natureza, como a mineração, colando a exploração do ouro com a indústria joalheira, o ferro com o laminado de ferro, a madeira com a indústria moveleira, o pescado com a industrialização do peixe. Se a exploração for feita desse assim, de forma sustentável e visando a produção a longo prazo teremos sucesso – analisou.
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