Entrevista

“Devemos preparar o jovem para um mundo e um mercado cada vez

Ele foi o mais jovem vereador de Macapá e acabou se tornando uma das mais promissoras liderenças políticas do Amapá na atualidade, num gradativo processo de renovação das cabeças pensantes da política tucuju. Michel JK é um jovem de 35 anos, pois se diz profundamente identificado com a causa da juventude, tanto que acaba de aprovar no âmbito do Parlamento Estadual um projeto que promete marcar época, o Centro de Referência para a Juventude. Ele recebeu o Diário do Amapá para falar mais dessa e de outras iniciativas de seu mandato, o terceiro na Assembleia Legislativa. Também explica como andam suas articulações para deslanchar a economia amapaense, quando aponta o resgate e a valorização do potencial portuário do estado, através do município de Santana. Acompanhe a entrevista.


 


 

Diário do Amapá – O senhor foi um dos mais jovens vereadores de Macapá e também na Assembleia Legislativa, sempre pautando sua atuação pela defesa e valorização dos jovens. O projeto que conseguiu aprovar na semana passada, de criar um centro de apoio à juventude, é fruto dessa trajetória?
Michel JK – Com certeza. É um projeto voltado para a juventude, afinal as pessoas cobram muito da juventude, falam muito dela, mas por que o estado não intervir montando um centro de referência? Onde seja a casa do jovem, onde ele possa ir pra lá e discutir temas importantes, discutir política, discutir a sociedade como um todo, mas também ter o seu momento de lazer, o seu momento de descontração e até seu momento de cobrança, também.

Diário – Passar a limpo as questões do jovem?
Michel – Sim, pois tudo isso prepara cada vez mais o jovem para o país, para um mundo cada vez mais competitivo, assim como um mercado de trabalho altamente seletivo. Tive essa experiência quando fui candidato a vereador em 2004, quando tinha apenas 24 anos de idade e via a cobrança que se faz de um jovem, pois colocam a juventude como pessoas que só querem aproveitar a vida, quando na verdade o jovem só tem mostrado a sua capacidade, mostrado o seu valor, seu entusiasmo e a sua força de vontade para conquistar cada vez mais o atendimento de demandas que não eram contempladas pelos jovens. Então montar esse centro de referência vem nessa direção. Tive o apoio de todos os meus pares dentro da Casa, todos os deputados e deputadas, pois discuti isso amplamente com os vereadores que fazem parte do nosso grupo, como o vereador Marcelo Dias na capital, o vereador Rato, do segundo maior colégio eleitoral, que é Santana, o vereador Marlon, de Laranjal do Jari, e tantos outros vereadores e prefeitos que valorizam e entendem a importância da juventude.

Diário – Para muitos jovens pode ser a oportunidade que faltava?
Michel – Você deve entender que um jovem, quanto mais preparado tiver, mais inserido no contexto político e socioeconômico ele vai estar. Então esse projeto visa dar essa oportunidade, valorizar o jovem, criar essa identidade, essa casa de referência para que ele possa ter um lugar para debater, discutir, trocar ideias, para brincar, usar a rede social, ou seja, para se inteirar sobre a sociedade como um todo.

Diário – O senhor tem um bom relacionamento com o governador Waldez, então certamente já deve ter iniciado tratativas no sentido de que ele possa sancionar esse projeto, não é?
Michel – Sim. Já conversei com o governador do estado por duas vezes sobre esse projeto. Ele entende a importância, sabe da necessidade de se montar esse centro de referência para os jovens dentro do estado do Amapá. Quando conversei com ele me surpreendeu mais a sua força de vontade para implementar e implantar isso o mais rápido possível, pois me disse que não quer implantar só na capital, mas também quer levar para os municípios mais distantes, para que cada jovem tenha essa identidade, do Oiapoque a Mazagão, passando por Ferreira Gomes, Amapá, enfim, todos os municípios. Em que pese o estado estar passando por dificuldades neste primeiro semestre para arrumar a casa, vi nele toda a disposição de abraçar essa ideia. Acredito na sua força de vontade, seu comprometimento e a sua experiência para mobilizar sua equipe para sanear os problemas do estado, pois sabemos como ele recebeu a máquina pública, para que a gente volte a crescer e ser aquele estado belo e que proporcione emprego, renda e qualidade de vida para todas as pessoas que nasceram ou que escolheram o Amapá para morar.

Diário – Já que o senhor falou das dificuldades do primeiro semestre, qual sua expectativa em relação ao estado deslanchar as obras e serviços públicos que o período do Verão proporciona, já que estamos na Amazônia?
Michel – Olha, com certeza as dificuldades de caixa ainda serão um empecilho, mas a força de vontade do governador Waldez, com suas forças política, e aí coloco a Assembleia Legislativa toda, e o trabalho de seus secretários, haveremos de sanear o estado e assim abrir suas portas para os recursos do BNDES, onde já existe um pré planejamento do atual governo para que se possa asfaltar quase 70 quilômetros dentro do município de Macapá, o que, claro, passa pela aprovação de projetos e uma ampla negociação com o banco por parte do secretário de planejamento, o doutor Teles. Mas já existe essa disposição e essa vontade de fazer, pois a gente sabe que Macapá, outrora a cidade jóia da Amazônia, está passando por muitas dificuldades, com ruas extremamente esburacadas e com a cidade muito suja, também.

Diário – De fato, a reclamação é geral.
Michel – Pois é, os vereadores também têm cobrado bastante, levantando essa bandeira do desenvolvimento do município de Macapá. Eu falo sempre uma coisa: as pessoas não moram no estado, elas moram nas cidades, nos municípios. Então a primeira porta que batem é a do vereador. Então esses parlamentares, que têm esse comprometimento junto à população do município de Macapá, estão sempre discutindo as melhorias, pois a gente sabe das dificuldades, e o estado vai intervir para ajudar, pois a gente sabe da determinação do governador de fazer esse resgate de Macapá, de voltar a ser a cidade jóia da Amazônia.

Diário – Por falar em desenvolvimento, deputado, a própria economia do estado acaba de quebrar um paradigma histórico, pois já não é mais o poder público que mais gera emprego e sim a iniciativa privada. O senhor analisa como essa nova realidade?
Michel – Sinto-me muito feliz por isso ter acontecido no Amapá, pois mostra que o estado está caminhando para o rumo do desenvolvimento e do crescimento. A partir do momento em que a iniciativa privada gera mais empregos do que o setor público, a gente vê que existe uma luz no fim do túnel para o nosso estado. Eu tenho discutido isso com o governador, que sabe do alcance, do braço forte do estado e da importância de abrir as portas ao capital, para que os empresários possam vir para o Amapá fazer investimentos. Esse é o papel do estado, esse é o papel do setor público. Claro que a gente precisa estabelecer limites e regras, visando a proteção do meio ambiente e principalmente das pessoas. Para citar um exemplo, agora em julho deveremos embarcar grãos pelo Porto de Santana, mas existe uma série de condicionantes, com a iniciativa privada realizando obras naquele terminal, construindo silos e ajudando na ampliação do porto das Docas de Santana.

Diário – Há mesmo muita expectativa em relação a isso, pois também representa a consolidação do agronegócio no Amapá.
Michel – Pois é, e com isso mais emprego, mais renda para nossa população. Antes do governador Waldez assumir, estive com ele em viagem ao Mato Grosso, justamente abrindo as portas, vendendo o estado do Amapá para que os produtores de lá pudessem vir para cá plantar esses grãos, o milho, a soja, que muita gente ainda questiona qual o benefício que podem trazer, então respondo que é muita coisa, pois hoje não somos autossuficientes em nada, pois nem a farinha que a gente consome é produzida aqui. Quando a gente tiver produção de grãos, aqui, a gente vai poder criar frango, porco e até peixe de uma forma mais viável, pois teremos a matéria prima para fazer a ração. Isso significa que poderemos fazer circular o dinheiro dentro do próprio estado.

Diário – Para fechar, deputado, o senhor imprime uma característica muito diligente ao seu mandato parlamentar, percorrendo o estado todo. Isso ajuda em que na formulação de sua produção legislativa?
Michel – É de extrema importância a gente ter um grupo político em cada município. Eu graças a Deus tenho a oportunidade de ter um vereador em quase todos os municípios justamente para ter esse intercâmbio de informações para que a gente possa estar discutindo e trazendo as reivindicações para o Parlamento e as demais autoridades. Mas nada melhor do que ir in loco, por isso aproveito quase todos os fins de semana para estar nos municípios com a nossa equipe para encaminhar soluções para esses problemas através de requerimentos, indicações e projetos de lei que possam ajudar a melhorar a vida do cidadão.

Perfil…
Entrevistado. O amapaense Michel Houat Harb, mais conhecido como Michel JK, como é seu nome parlamentar, nasceu em 12 de junho de 1978, é formado em Economia,  empresário, casado e pai de dois filhos. É de uma família de quatro irmãos. Seus pais Romeo e Katia estão no Amapá desde a década de 50, contribuindo com as atividades comerciais do estado. Em 2004, lançou candidatura para vereador, com o nº 45.123. Foi mais votado naquele pleito, com 4.095 votos. Em 2006, lançou candidatura a deputado estadual e conseguiu se destacar como 10º colocado entre os 24 deputados da Assembleia Legislativa do Amapá, obtendo 5.450 votos. Foi reeleito em 2010 e também em 2014 para seu terceiro mandato na AL, onde é o corregedor.


Deixe seu comentário


Publicidade