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Análise: vale a loucura do São Paulo por Maicon; não é só um zagueiro

Nenovação


São-paulino, imagine-se na mesa do bar com um copo cheio na mão e responda, munido de toda sua sinceridade: você imaginava, em janeiro, acordar neste dia 29 de junho a uma semana de disputar a semifinal da Libertadores, com seus rivais eliminados, e comemorando a contratação de um ídolo que, até então, nem sabia que existia?

Não há resposta diferente de “não”. Caso predomine a sinceridade neste espaço, 100% da torcida dirá “não”. Não fazia nem ideia. Nem no melhor dos sonhos.

O início de ano era a cena inicial de uma continuação do cinema. O filme anterior terminara com devastação, escombros, ferimentos. Estava lá o Tricolor tentando sair vivo de goleadas, agressões físicas e verbais, denúncias de corrupção, renúncias, namoros presidenciais, falta de dinheiro, de credibilidade, de autoestima e do ídolo histórico que se retirou dos gramados.

Onde queremos chegar? Na “loucura” feita por Maicon: R$ 22 milhões + 50% de Lucão + 50% de Inácio. Queremos chegar à resposta da pergunta: “O São Paulo pagou demais ao Porto por um zagueiro de 27 anos?”.

Sim, o São Paulo pagou demais.

Não, não foi só por um zagueiro de 27 anos.

A contratação de Maicon representa bem mais para uma torcida maltratada. E a torcida, meus caros, ainda é o maior dos bens de um clube. O são-paulino está feliz, sente-se seguro, protegido. Olha para o campo e enxerga alguém que o representa. Na bola, na cara feia, na seriedade, na identidade. Tantas coisas que se perderam pela saída de ídolos recentes – inclusive o maior deles – e por gestões desastrosas.

Maicon começou a fase de grupos da Libertadores como torcedor, vendo das numeradas o São Paulo ser derrotado pelo The Strongest. Terminou como goleiro, segurando o empate na altitude diante do mesmo rival, que garantia a classificação. Fez um gol que tirou a equipe do coma no Horto, após o massacrante início do Atlético-MG, e levou o Tricolor à semifinal.


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