Esportes

Família peladeira do Trem completa 36 anos – Academia 20 agora tem mais de cem integrantes

Tudo começou numa insatisfação, porém cheia de amizade que perdura até hoje


Corte de bolo em data comemorativa da academia

 

 

Douglas Lima
Editor

 

Para se reunir, jogar e falar de futebol, bater papo sobre outros assuntos e comer aquele churrasco e outras coisas regados à cerveja e refrigerante, em 20 de abril de 1987 foi criada a Academia 20 por um grupo de desportistas amapaenses que se concentram na tradicional Praça Nossa Senhora da Conceição, no também tradicional Bairro do Trem.

 

Mário Sérgio dos Santos Ribeiro escreve que a entidade sócio-esportiva Academia 20 é uma referência ao auge do time do Palmeiras, de São Paulo, composto por grandes craques de futebol. O número 20 se refere ao dia da fundação, 20, à hora da fundação, 20h e ao número de fundadores, também 20.

 

Timaços e agregados das peladeiras da academia 20

 

“A história conta que em uma segunda-feira, 20 de abril de 1987, dia da tradicional pelada Solteiros x Casados, do Bairro do Trem, estavam no banco, atrás do gol, Gilson Rocha, Maranhão e Roque Torres, dando aquela tradicional olhada e secando os personagens que jogavam bola”, conta Mário Sérgio.

 

O escriba da Academia 20 diz que lá pelas tantas, durante a pelada, “chega o nosso amigo Jovem (in memoriam), meio chateado por ter sido barrado no time dos casados. Papo vem, papo vai, surge a ideia de criação de um time para bater pelada. Um se comprometeu a dar o jogo de camisa; outros, o short; outro, as meias; outro, a bola. Pronto, estava criada uma nova pelada no Bairro do Trem”.     

 

Tudo é festa entre os peladeiros do trem

 

Os quatro fundadores originais (Gílson Rocha; Benedito Silva, o ‘Maranhão’; Jovem Nascimento e Roque Torres (in memoriam) resolveram colocar mais 16 integrantes para completar os 20 fundadores, os quais definiram quarta-feira como o dia de realização da pelada, todas as semanas.

 

Os outros integrantes que formaram a Academia 20 original, sãos os seguintes: Aroldo Vítor, Manoel Torres (in memoriam), Pantaleão, Aluísio Augusto, Manga, Brito Lima (in memoriam),  Admilson (in memoriam), Piraca, Valdenir,  Aníbal (in memoriam), Betão, Alfredo Moacir (in memoriam), Almeidinha, Buiúna, Bené e Nariz.

 

Pensa num time vencedor!

 

Mário Sérgio dos Santos Ribeiro detalha que a formação do time que entrava jogando se dava por ordem de chegada, e cada um escrevia o nome no chão ao lado banco; não importava a posição original. O time era formado pelos dez que chegassem primeiro. Só a posição do goleiro era assegurada, no caso, para o Aroldo Vítor, o querido Pitanga.

 

Outro detalhe narrado por Mário Sérgio é que foram colocados dois jogadores com idade mais nova, para equilibrar, ajudar a equipe nas partidas contra os times da cidade. Os novos eram Valdenir e Aníbal, o ‘Mantegué’. Com o passar dos anos, em função de vários atletas começarem a parar de jogar, pela necessidade de renovação, da integração dos outros desportistas ao grupo, os jogos começaram a ser realizados com dois times da própria Academia 20.

 

Academia 20 – Tudo de bom no futebol

 

O escriba conta que de 2018 aos anos da pandemia foi bastante difícil para a família da Academia, pois houve o falecimento de grandes referências do grupo: Brito Lima, Gílson Rocha, Benedito Silva (Maranhão), Alfredo Moacir, Manoel Torres, Almir Aragão, Carioca, Admilson e Oswaldo Vicente. “Perdas que deixaram marcas profundas no coração de cada integrante da associação”, lamenta Mário Sérgio.

 

“Hoje completamos 36 anos de existência. Costumamos dizer que a Academia, ao atingir este tempo, passa pela sua quarta geração. A primeira geração foi a dos fundadores e integrantes originais; a segunda, ex-jogadores, amigos, desportistas da década de 80/90, como o doutor Oswaldo, Nariz, Aldemir França, Léo, Bené, Jônatas, Carioca, Xerfan, Aracildo, Mário Sérgio, Pelado, Baraquinha, Fanta, Cleomar, Neirivaldo, Mauro, Robertinho, Alberto Paes, Abdias, Almir Aragão (in memoriam), Birrá, Borba, Bulica, Rosivaldo, Cuia, Charles, Dodoca, Edson Canuto, Gérson, Guarinha, Jason, Jimis, Amiraldo, Leleca, Mateus, Nena, Neo, Neguinho, Perivaldo, Paulo Batucada, Paulo César (Bolão), Ropeta, Sérgio Maluco, Vicente, Valdomiro, Bobó, Edinho, Zezão, Enágio Biro Biro, Mala, Mudo, Ivanil, Cabo Elísio, Fandango, Negão, Dentinho e Jó.

 

A terceira geração da Academia 20 é formada pela galera com idade menor de 40 anos: Alcino, Betinho, Bacu, Cid, Everton, Maick, Jadson, Lico, Marcelo Real, Pita, Seu Maca, Rô, Edson (Goleiro), Roberlan, Caíto, Gê Paes, Thola, Patrick, Mão, Luluca, Costa Filho, Soriano, Tiago, Josicarlos,Ronaldo, Tucuxi, Ruan, Zé Galo, Rogério, Preto, Cezário, Cid, Abílio e Zeti.

 

Filhos, netos, primos e amigos das gerações anteriores fazem a nossa quarta geração: Bruno, Ícaro, Diogo, Dante, Diego, Fantinha (Bolo), Gilsinho, Mário Júnior,  Paulo Vítor, Maurinho, André, Doutor Tote, Marcondes (Totinho), Roquinho, Alê, Neto, Edson Júnior, Sávio, Rejânio, James, Vinícius e outros garotos que dão continuidade no processo”, lista o memorialista da Academia 20.

 

Mário Sérgio também registra que nesses 36 anos do grupo é importante fazer menção especial às mulheres de diversos integrantes, as quais sempre estiveram presentes nas comemorações da Academia 20: Albanita, Mara, Gláucia, Maria, Marisa, Leila, Helen, Kátia, Parisi, Margarete, Bernadete,  Débora, Ana, Jandira, Irene, Sogra do Roberto, Eliane, Isa, Esposa do Gérson e outras.

 

Agora, o acadêmico Mário Sérgio conclui: “Por fim, ao completar 36 anos de existência, embora os anos de 2018 e o período da covid-19 tenham desfalcado integrantes da mais alta importância e que faziam a coordenação das ações da Academia 20, a vida continua e devemos seguir conforme orientavam nossos comandantes Maranhão e Gílson Rocha. Não deixem nossa tradição acabar. Motivem nossos companheiros, arranjem uma bola, dois jogos de camisa, e que Deus nos abençoe. Rogamos ao Pai que nos dê ainda muitos anos de convivência. Parabéns a todos”.

 


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