Esportes

Mãe rígida, missionária: Leila Sobral e a vida longe das quadras

Ex-ala-pivô da seleção campeã mundial em 1994 e prata em Atlanta 1996 teve buffet e hoje dedica seu tempo aos filhos e à igreja


No lar dos Sobral, as trocas de lâmpada passaram a dispensar o uso da escada quando a filha número três de seu Antônio e dona Anita completou 12 anos. Leila só precisava ficar na ponta dos pés para concluir o trabalho e o pai brincava que se não desse certo no basquete, aqueles braços e pernas compridos teriam outra utilidade. A atribuição ganhou outro encarregado depois que a carreira na quadra começou a tomar o rumo desejado. As medalhas no Mundial da Austrália 1994 e nas Olimpíadas de Atlanta 1996 vieram, tudo parecia caminhar bem até sofrer uma grave lesão no joelho no Pan de Winnipeg 1999, que desencadeou medos, dores e quase quatro longos anos de ausência. Ainda assim, retornou às quadras. Mas uma vontade acabou se sobrepondo à que nasceu na infância: queria agora ser dona de casa e cuidar da família. Aposentou a camisa, ganhou 25kg, virou mãe rígida e feliz de dois meninos. Vira e mexe revive os velhos tempos ao trocar uma lâmpada queimada ou com os vídeos de jogos que o primogênito cisma em colocar. É o máximo de passado que a ex-ala-pivô se permite.

Aos 41 anos, arremessar a bola numa cesta é algo evitado sempre que possível. Resiste até mesmo aos pedidos insistentes de Davi, que voltou a pensar em seguir a tradição da família de jogadores. Os tios – Marta, Márcia e Jefferson – também fizeram carreira dentro das quatro linhas. Foi com Márcia como sócia, que Leila montou um buffet. A crise não permitiu a continuidade do negócio. Mas vez ou outra ainda organiza e faz decoração de festas infantis e casamentos por conta própria. Por muito tempo, também procurou dissociar sua história como atleta das palestras com testemunho e pregações que faz “em todo tipo de lugar”. Trabalha também com crianças e adolescentes em um projeto social usando esporte como ferramenta.


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