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Messi revela bronca de longa data com AFA: “Precisamos ter o mínimo”

Melhor jogador do mundo tenta não entrar em detalhes às vésperas da final, mas desabafa: “Faz muito tempo que vêm acontecendo coisas e nós não dissemos nada”


Inicialmente, Messi estava decidido a levantar uma bandeira branca, ainda que fosse por dois dias. O foco é a final da Copa América Centenário, a possibilidade de acabar com um jejum de 23 anos no próximo domingo, contra o Chile, em Nova Jersey. Mas ele não resistiu. Em três perguntas sobre o episódio da última quinta-feira, quando criticou a AFA (Associação Argentina de Futebol) pelo atraso do avião via Instagram, revelou uma bronca de longa data com a entidade e cobrou um tratamento mínimo para a seleção argentina.

– Faz muito tempo que vêm acontecendo coisas e nós não dissemos nada. Precisamos ter o mínimo: poder viajar bem, comer bem, descansar bem para preparar para o próximo jogo, que é uma final. Gostaria que a AFA fosse o que a Argentina precisa. É uma potência mundial que precisa ter o melhor. São muitas coisas que vêm acontecendo e nunca dissemos nada. E não é só pelo que passou ontem (quinta), são muitas coisas que estamos acumulando. E também não só por nós, como também pelos que vêm logo depois.

Em sua primeira resposta, o capitão admitiu que errou ao jogar álcool na fogueira às vésperas de uma decisão tão importante. Mas sem isentar a AFA de qualquer culpa.

– Quero cortar com esse tema que eu comecei. Errei no momento de falar, estamos na final e não temos que pensar em outra coisa. Querem saber por que eu disse? O atraso, voltar a esperar em um avião… Não é o momento de entregar nada, estamos muito perto de um objetivo que temos muita vontade de poder consegui-lo e me chateou um pouco que volte a passar o mesmo.

Messi, então, foi contestado sobre o comunicado da AFA, em que condicionou o atraso do voo de Houston a Nova Jersey a “questões climáticas”.

– Poderia responder o comunicado da AFA, mas prefiro deixar assim e pensar na final. Se querem depois eu conto o que vejo, o que penso e o que sinto da AFA.

Logo o futebol tomou conta da entrevista. Messi, dono de 28 títulos pelo Barcelona, ainda busca o primeiro troféu pela seleção, onde sua idolatria enfrentou resistência ao longo dos últimos anos. Com 29 anos completados nesta sexta-feira, o camisa 10 preferiu não colocar o peso de que esta é a última chance para ele e tantos companheiros em situação semelhante.

 

– Não sei se é a última oportunidade, mas há que aproveitar esta que falta novamente e agarrar a Copa América como for. É a tercei… Quarta final que eu jogo com a seleção e gostaria que algum dia eu mudasse a história e pudesse ser campeão – declarou, esquecendo-se da Copa América de 2007, quando ainda não era o melhor do mundo. A Argentina sofreu 3 a 0 do Brasil na ocasião.

– É preciso esquecer do que passou, das finais que não pudemos ganhar e, como disse, pensar que é uma nova oportunidade. Temos que tentar ser campeões, pensar no jogo da final e não no que viemos jogando – completou.

A Copa América, então, seria o melhor presente de aniversário possível?

– Sim. Não apenas para mim, como também para este grupo que tanto merece pelo que vem fazendo. É importante para mim não porque me falta um título, e sim porque gostaria muito de ganhar esse torneio.

O craque argentino também foi perguntado sobre o adversário da final, o Chile, carrasco em 2015, nos pênaltis, mas derrotado duas vezes desde então – 2 a 1 pelas eliminatórias, em Santiago, e outro 2 a 1 em Santa Clara, na abertura do Grupo D desta Copa América.

– Já conhecemos o Chile. Jogamos duas vezes antes desta final com (Juan Antonio) Pizzi como técnico, é totalmente diferente. É uma seleção que te pressiona bem, que não te deixa jogar, que quando tem a bola joga muito bem, sai jogando desde atrás, que do meio para frente tem Vidal, Alexis (Sánchez) e Vargas. No um contra um eles são muito fortes, vêm jogando juntos há muitos anos. E está em outra final de Copa América.

Sobre a Argentina, que venceu todos os seus cinco compromissos até aqui – alguns com larga autoridade, como a semifinal diante dos Estados Unidos, Messi elogiou:

– Vejo um time muito consolidado e sério, que não deixa o rival respirar. Sabe agrupar e defender se é necessário. O maior perigo foi nesses 10 ou 15 minutos contra a Venezuela (nas quartas de final) em que ela nos pegou perdidos. Depois disso, foi uma equipe muito sólida.


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