Sob suspeita de manipulação de resultados, TJD manda suspender homologação da final entre Trem e Independente
Dois jogadores do Oratório e dois do Independente são suspeitos de comandar o esquema no campeonato local

Paulo Silva
Da Redação
Em decisão tomada nesta quarta-feira (26), na ação movida pelo Ypiranga Clube, o auditor relator da Comissão Disciplinar no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), Felipe Amanajás Santana, determinou que não sejam homologados os resultados das partidas da terceira fase do campeonato amapaense de futebol profissional de 2023 (jogos decisivos entre Trem Desportivo Clube e Independente Esporte Clube), jogos marcados para os dias 27 de julho e 3 de agosto.
De acordo com a decisão, a Federação Amapaense de Futebol (FAF) não deve proceder a entrega de troféus, medalhas e premiação ao campeão até a efetiva homologação dos resultados da partida. E, ante a inércia da entidade, Felipe mandou intimar para que ela preste informações à Comissão Disciplinar do TJD se possui relatórios de empresas em relação à manipulação de jogos no campeonato local, e caso tenha os documentos mencionados, que envie para instrução do feito.
Está tramitando no TJD um processo no qual são denunciados os jogadores Daniel Felipe da Silva Rezende e Adilson Aguiar da Silva Filho (ambos do Independente) e Lucas Vitor Barbosa e Dedimar Ferreira das Chagas, do Oratório, suspeitos de participação em um esquema de manipulação de resultados no campeonato para beneficiar bolsas de apostas.
De acordo com Felipe Santana, os gravíssimos fatos narrados na denúncia têm o condão de alterar significativamente, em tese, a lisura do campeonato, pois pode acarretar anulação de partidas.
“Relativamente, os indícios de manipulação de resultados são latentes nos autos, e qualquer que seja a decisão final deverá ser pautada pelo crivo do processo legal. De mais a mais, os indícios presentes, e pela ótica de resguardar, em tese, a lisura do campeonato, a homologação do resultado final do certame pode levar a descrédito a própria justiça desportiva, ao caso de ser procedente a denúncia, tendo como medida mais prudente aguardar a instrução do feito, a decisão final, para primar pelo resultado útil do processo, de forma a entregar aos jurisdicionado decisão justa e efetiva”.
Em sua avaliação, “pode até ser importuno a não homologação, mas, mais importuno seria a homologação dos resultados com posterior constatação de manipulação de resultados no campeonato. E assim, por todas os elementos constantes nos autos, tal sejam notícias de infrações arregimentadas por vários clubes, inclusive com afastamento de atletas por clubes, procedimento investigativo instaurado para apurar tais condutas, boletim de ocorrência relatando os fatos, a junção desses elementos remetem ao mínimo de prudência e sensatez”.
A suspeita de manipulação em jogos do campeonato amapaense de futebol profissional começou com denúncia do Santos Futebol Clube, citando principalmente jogadores do Independente e do Oratório. O caso chegou ao TJD, Ministério Público do Amapá e gerou boletim de ocorrência policial. Na semana passada o assunto foi tratado em reportagem publicada por um jornal paraense. A reportagem apurou que também existem denúncias do Santos, Trem, São Paulo, Oratório e Ypiranga.
Em nota, a Federação Amapaense de Futebol (FAF)afirma que a decisão é perigosa e equivocada, baseada em situação processual que se encontra no TJD e na esfera policial não envolvendo os clubes, mas os atletas.
Ainda em nota, a FAF afirma que a decisão é um total desrespeito com as normas processuais desportivas e que junto com representantes do Trem e Independente, estão adotando medidas para suspender a decisão monocrática que não vai de encontro aos regramentos processuais.
Confira a nota na íntegra:
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